São Paulo, domingo, 11 de setembro de 1994
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Nada de novo, de novo

Depois das reviravoltas registradas nos últimos meses, a momentânea estabilidade das preferências eleitorais que as pesquisas do Datafolha vêm revelando não deixa de chamar a atenção. A sondagem publicada hoje nesta Folha é a terceira consecutiva a não registrar alterações significativas no patamar das intenções de voto dos principais concorrentes ao Planalto.
Esse resultado sugere desde logo que o escândalo envolvendo o ex-ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, foi absorvido sem maiores impactos. Houve quem imaginasse, de fato, que o episódio poderia afetar de forma negativa a candidatura tucana –cuja principal base de sustentação eleitoral é sem dúvida o plano econômico.
Esta é porém a segunda pesquisa realizada após a eclosão do caso das declarações informais de Ricupero e a nova ausência de mudanças parece sinalizar que o incidente, em termos estritamente eleitorais, pode estar superado.
É preciso lembrar, de todo modo, que toda pesquisa representa apenas um retrato instantâneo das preferências do eleitorado. E estas, como demonstra a mãos-cheias a história eleitoral do país, são passíveis de surpreendente volatilidade. Em vista desse passado, o melhor a fazer é desconfiar do presente, mesmo quando ele se prolonga e repete, querendo parecer futuro.

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