São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 1994
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7.000 metalúrgicos retornam ao trabalho

DA FOLHA ABCD E DA REPORTAGEM LOCAL

A greve dos metalúrgicos do ABCD perdeu força ontem com o retorno ao trabalho de cerca de 7.000 trabalhadores ontem.
Encerraram a paralisação os empregados da Brosol, de Ribeirão Pires, da TRW, de Santo André e Mauá, da Tamet e da Krones, ambas de Diadema.
O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD, Carlos Alberto Grana, não soube explicar o motivo da volta ao trabalho nessas companhias. Ele afirmou que o retorno não atrapalha a "estratégia" da greve.
Ontem à tarde, representantes de 90 entidades de classe reunidos em um encontro que pretendia ampliar a base de paralisação para outras categorias, divulgaram um manifesto que será encaminhado ao presidente Itamar.
No manifesto, os trabalhadores criticam a posição do ministro Marcelo Pimentel (Trabalho), de "ameaçar os sindicatos e empresários em um desrespeito extremo à lei de negociação, à liberdade, e à autonomia sindical".
O encontro foi organizado pela CUT e pela Força Sindical e teve as presenças de Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, presidente nacional da CUT, José Lopes Feijóo, presidente estadual da CUT, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, diretor-executivo da Força Sindical e Francisco Canindé Pegado, presidente da CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores).
"Se o governo decidiu sair das negociações, saiu de onde nunca deveria ter entrado", disse Vicentinho. Segundo ele, é uma "contradição" o governo dizer que está saindo da negociação e ao mesmo tempo exigir que eventuais acordos sejam fechados fábrica a fábrica.
Segundo Feijóo, a única coisa que o governo conseguiu ao se intrometer nas negociações foi "unificar o movimento sindical, coisa que nem o governo militar conseguiu fazer".
Vicentinho adiantou que os trabalhadores aceitam negociar a antecipação da data-base para novembro via câmara setorial. A proposta foi apresentada pelo governo federal ontem à tarde.
Em São Paulo, permaneceu ontem parada a Ford Ipiranga (2.500 trabalhadores). Na Sofunge, segundo Paulinho, foi realizada um protesto de uma hora e meia.
Protesto
A CUT realiza hoje, às 16h, na praça da Sé, manifestação pela cidadania, saúde, educação e moradia. O ato pretende ainda prestar solidariedade aos metalúrgicos –e ocorre mesmo se a greve acabar.
Cerca de 270 mil professores da rede estadual de ensino devem fazer uma paralisação de 24 horas. Eles terão assembléia às 15h na praça da República e depois devem se dirigir à Sé.

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