São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 1994
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Peritos aguardam apresentação de carro onde menina foi morta no Rio

MARCELO MIGLIACCIO
ROBERTO MACHADO

MARCELO MIGLIACCIO; ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO

Uma equipe de peritos do Rio esperou ontem mais de sete horas pelo Fiat em que Marianna Lacerda Reis Corrêa de Almeida, 7, morreu atingida por uma bala perdida, mas a família da vítima não apresentou o carro.
Os peritos precisavam do carro para comprovar a versão de policiais militares de que Marianna foi atingida por um tiro disparado por um suspeito abordado por eles em frente ao colégio em que ela estudava.
Liberado por ordem do secretário de Polícia Civil, Mário Covas, no dia do crime, a pedido da família, o carro da mãe de Marianna não foi apresentado às 10h de ontem como havia sido combinado.
Mesmo assim, o diretor do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, Mauro Ricart, levou ao local do crime os três policiais militares do 6º Batalhão (Andaraí) envolvidos no tiroteio em que a menina morreu.
Marianna chegava à escola Bia Rizzo no banco de trás do carro de sua mãe às 13h de segunda-feira, quando foi atingida por uma bala perdida.
No local do crime, os peritos encontraram três fragmentos de bala calibre 9 mm, que podem ter saído de uma das metralhadoras usadas pelos PMs.
A bala que matou Marianna, até as 17h30 de ontem, não havia sido encontrada. O projétil atravessou o corpo da menina, perfurando os pulmões e o coração.
No carro dos policiais foi encontrado um fragmento de pistola automática, que seria a arma utilizada pelo suspeito perseguido. Ele fugiu após trocar tiros com os policiais.
Aproximadamente 200 pessoas, segundo cálculo de agentes funerários, acompanharam o enterro de Marianna ontem de manhã, no cemitério São João Batista, em Botafogo (zona sul do Rio).
A mãe de Marianna, Maria Isabel Lacerda Reis Corrêa de Almeida, 32, acompanhou o cortejo em uma cadeira de rodas. Ela também foi atingida por uma bala perdida na perna.

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