São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 1994
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Apuração de uso irregular de gráfica do Senado só termina após 1º turno

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O procurador-geral da República, Aristides Junqueira, disse ontem que as investigações sobre o uso eleitoreiro da gráfica do Senado não serão concluídas antes do primeiro turno da eleição.
Junqueira despachou ontem os documentos referentes ao senadores Nelson Carneiro (PP-RJ), Lourival Batista (PFL-SE), Ney Maranhão (PRN-PE), Alexandre Costa (PFL-MA) e aos deputados Nelson Bornier (PL-RJ) e Roseana Sarney (PFL-MA) aos respectivos Estados'
Também foi remetida a documentação referente ao governador Edison Lobão (PFL), do Maranhão, que é candidato a senador. Outros casos, como o do senador Guilherme Palmeira (PFL-AL) ainda não foram enviados.
Caberá aos procuradores nos Estados dar prosseguimento às investigações. Estes senadores foram citados pelo senador Humberto Lucena (PMDB-PB) como exemplos de uso da gráfica.
Lucena teve seu registro cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Se os parlamentares suspeitos forem considerados culpados, poderão ser submetidos a uma ação de impugnação de mandato após a eleição, explicou Junqueira.
Junqueira também afirmou que vai mandar ofício ao TCU (Tribunal de Contas da União) para saber qual o levantamento já realizado de uso eleitoreiro da gráfica do Senado. Só depois é que o procurador decidirá se pede a lista dos que usaram a gráfica.
Certidões
Temendo denúncias de uso irregular dos serviços do Cegraf (Centro Gráfico do Senado Federal), alguns parlamentares estão requerendo do órgão uma espécie de "certidão negativa" para preparar uma possível defesa.
O primeiro foi o senador Divaldo Suruagy, candidato do PMDB ao governo de Alagoas, que pediu ao primeiro-secretário do Senado, Júlio Campos (PFL-MT), a relação do que mandou imprimir no Cegraf durante seu mandato.
Segundo Campos, "vários" senadores e deputados pediram a "certidão" da gráfica, temendo denúncias de uso para fins eleitorais, como ocorreu com o presidente do Congresso, senador Humberto Lucena (PMDB-PB).
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassou o registro da candidatura de Lucena à reeleição por ter mandado imprimir calendários na gráfica e distribuídos aos eleitores.
O senador recorreu e continua fazendo campanha. Mas já surgiram denúncias contra outros parlamentares, como Antônio Mariz, que disputa o governo da Paraíba pelo PMDB, e o senador Ney Maranhão (PRN-PE), candidato a deputado.

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