São Paulo, sexta-feira, 23 de setembro de 1994
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Tribunal convoca Vicentinho

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Corregedoria Geral Eleitoral convocou o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, para depor no inquérito que apura o uso da máquina sindical na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segunda-feira, o corregedor-geral Flaquer Scartezzini vai tomar os depoimentos de Lula e de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) num outro inquérito, este sobre o uso de recursos do governo na campanha dos tucanos.
O inquérito sobre a máquina sindical foi aberto a pedido da coligação de Fernando Henrique. A campanha de Lula é acusada de se beneficiar de recursos dos sindicatos, o que é proibido por lei.
Um dos fatos que motivaram a investigação foi o uso de um carro- de-som do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no início da campanha de Lula.
A campanha de FHC também acusou Lula de receber ajuda indevida da Federação Nacional dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos (Fentect).
O depoimento de Vicentinho será amanhã, às 20h30. Pouco antes, às 19h30, irá depor o secretário-geral da Fentect, Mílton Saldanha.
Flaquer Scartezzini explicou ontem que a parte interessada –acusação ou defesa– é que tem a responsabilidade de levar suas testemunhas. O comparecimento não é obrigatório.
No domingo, Scartezzini deve tomar o depoimento de outras testemunhas no inquérito sobre uso da máquina do governo, aberto a pedido do Ministério Público e do PT.
Entre as testemunhas –cujo horário ainda não foi definido– estão o ministro da Integração Regional, Aluízio Alves, e o ex-ministro das Minas e Energia, Alexis Stepanenko.
Quércia
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, está só esperando pelo parecer da Procuradoria Geral da República para levar a julgamento uma denúncia que envolve o ministro da Fazenda, Ciro Gomes, e o candidato do PMDB à Presidência, Orestes Quércia.
Quércia entrou com queixa-crime contra Ciro por ter sido chamado de "ladrão", "mafioso", "insidioso", "traiçoeiro" e "desleal" pelo ministro.
Na época –fevereiro deste ano– Ciro era governador do Ceará e o caso foi parar no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Agora, coma nomeação de Ciro para o Ministério da Fazenda, o processo foi para o STF (Supremo Tribunal Federal).
Cabe ao STJ processar e julgar governadores de Estado. Os ministros de Estado, assim como os parlamentares e o presidente (nos crimes comuns), ficam por conta do Supremo.
Se a denúncia for aceita pelos ministros do Supremo, Ciro Gomes será processado.

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