São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 1994
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Planalto X Bandeirantes

A sucessão presidencial e a campanha ao palácio dos Bandeirantes vêm ocorrendo em ritmos bastante diferentes. Com efeito, em nível federal observa-se uma franca polarização entre dois candidatos oriundos da esquerda que, sozinhos, abarcam 70% das intenções de voto, segundo as pesquisas.
Na sucessão estadual, o senador Mário Covas (PSDB) via-se numa confortável liderança isolada que deveria render-lhe a vitória já no primeiro turno. Essa posição começa agora ser ameaçada com o crescimento das demais candidaturas, principalmente a de Francisco Rossi, do inexpressivo PDT paulista.
Paradoxalmente, Fernando Henrique Cardoso, que chegou a estar 26 pontos percentuais atrás de Lula, tem chances de ganhar já no primeiro turno. A rápida ascensão de FHC em função do Plano Real parece não ter ajudado muito o seu colega de partido em São Paulo.
A campanha ao Bandeirantes guarda ainda outras surpresas. José Dirceu, o candidato petista coleciona bem menos votos do que a média que o seu partido costuma obter em São Paulo. E isso em um momento em que a legenda tem um forte candidato à Presidência da República o que, em tese, deveria render votos ao postulante petista. Não é o que ocorre.
É difícil encontrar uma razão para explicar as diferenças entre as duas eleições. De qualquer forma, parece inegável que a disputa paulista foi obscurecida pela sucessão federal e o horário eleitoral gratuito, como sói acontecer, não foi capaz de despertar maiores interesses. E a campanha foi tíbia, sonolenta, quase apática.

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