São Paulo, domingo, 1 de janeiro de 1995
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Ação por reforma começa hoje

SILVANA QUAGLIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Consolidar a abertura da economia e enxugar o texto constitucional. Estas são as principais metas do presidente Fernando Henrique Cardoso na reforma da Constituição, que quer ver consolidada até o fim do primeiro semestre deste ano.
A largada da negociação será dada ainda hoje, quando os ministros do novo governo assumem seus postos. Eles têm até 15 de janeiro para discutir e fechar uma posição em torno da reforma.
Debates
Até ser enviadas ao Congresso a 15 de fevereiro –quando os novos parlamentares assumem suas cadeiras–, as propostas serão debatidas com empresários, trabalhadores e políticos.
O ministro do Planejamento, José Serra, vai negociar as modificações dos sistemas tributário, financeiro e da ordem econômica.
Reinhold Stephanes, ministro da Previdência, cuidará de angariar respaldo para a reforma do sistema previdenciário.
Função do vice
As costuras com lideranças políticas serão coordenadas pelo vice-presidente Marco Maciel, mas todos os ministros deverão empenhar esforços para mobilizar apoio político à reforma.
O ministro da Justiça, Nelson Jobim, já entregou os textos ao presidente.
Jobim foi escolhido para montar uma proposta global porque, além de ter ajudado a redigir a Constituição de 1988, comandou a tentativa de revisão em 1994 que fracassou em razão da dificuldade de negociar as reformas com os partidos políticos.
Jobim afirmou à Folha que "regimentalmente, não há empecilhos para aprovar as mudanças até meados do ano".
Estratégia
O governo quer negociar e aprovar um texto sintético.
O artigo primeiro de cada uma das três áreas prioritárias alterará o núcleo constitucional e determinará a regulamentação do restante por lei complementar. Outro artigo revogará os "acessórios constitucionais".
Um terceiro artigo preverá que, enquanto a regulamentação não for votada, ficam valendo as regras que este artigo determinar. Aí inserem-se as mudanças que poderão ou não ser confirmadas por lei complementar.
Uma das metas da reforma é criar instrumentos de política econômica, como o Imposto sobre Exportação.
Esse imposto seria usado para compensar perdas de receita em Estados exportadores e também para regular a oferta interna de produtos.
A maior resistência à mudança vem dos Estados, que temem perder receita. FHC terá de convencer os governadores para conseguir aprovar as propostas.

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