São Paulo, domingo, 1 de janeiro de 1995
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NOTAS

Não devolver
O slogan mais visto em toda Israel é Aam im a Golan", O Povo com o Golã. Segundo pesquisas de opinião, a grande maioria dos israelenses é contra a devolução da região conquistada à Síria em 1967.

Rei David
Um dos debates mais nervosos do Parlamento israelense deu-se em dezembro, quando o chanceler Shimon Peres cometeu o deslize de dizer que não concordava com tudo que o rei David fez. Imediatamente os deputados religiosos começaram uma batelada de ataques a Peres e três partidos submeteram moções de desconfiança ao governo. No dia seguinte, Peres pediu desculpas. Os deputados religiosos recuaram da polêmica porque a mera discussão sobre a honra do rei David pode ser pecado. Cinco dias depois, as moções de desconfiança foram derrotadas por 56 a 41 votos.

Drible na Corte
O Yihud, uma facção de um partido de oposição, resolveu entrar para a coalizão de governo. Dois de seus três deputados foram atraídos com cargos no ministério. Como a Suprema Corte impedia que deputados que abandonam seus partidos de origem recebam cargos por pelo menos seis meses, a coalizão votou uma emenda à lei básica de governo, revertendo a decisão do judiciário.

Só um viaja
Dos 17 ministros do gabinete israelense, só um (Agricultura) não é parlamentar. Como a coalizão tem maioria frágil, ele é o único que pode aceitar convites para viajar sem se preocupar. Os outros sabem que sua ausência pode afetar o futuro do governo em caso de voto de desconfiança no Parlamento.

Turismo
O turismo se beneficia diretamente do processo de paz. Em 1994, 2,2 milhões de pessoas visitaram Israel, 300 mil a mais do que em 1993. Em janeiro e fevereiro, houve 25% a mais de turistas do que no ano anterior. O número caiu em março, depois do massacre de 29 palestinos em Hebron.

Ajuda a árabes
Israel mantém um programa de ajuda a países do Terceiro Mundo, basicamente em agricultura, saúde e educação. Com o processo de paz, o governo pretende aumentar de 3.000, hoje, para 4.500 o número de bolsistas de países árabes em seus cursos.

Depois de ter assinado o acordo de paz com Israel, em 78, o presidente egípcio Anuar Sadat fez a "prova do tomate" em uma aldeia. Mostrou um tomate murcho aos camponeses, dizendo: "Este é o tomate da guerra". Em seguida, pegou um tomate vermelho e grande, plantado com técnica israelense, e disse: "Este é o tomate da paz".

Brothers in Arms
Em Israel, praticamente toda a população serve o Exército. Homens, três anos. Mulheres, pouco menos de dois. Até os 50 anos, os homens são convocados cerca de 40 dias por ano para serviço militar.

Mas as Forças de Defesa rejeitaram no mês passado 20 mil novos imigrantes, todos com mais de 25 anos. Alegaram que os custos de treiná-los não compensavam.

Imigrantes
Israel tem cerca de 5,4 milhões de habitantes, 4,4 milhões judeus. Nos últimos cinco anos, absorveu 600 mil imigrantes russos, sendo 450 mil em dois anos. Deve manter taxa de desemprego perto dos 11%.

"Sem as nossas cadeiras, Rabin não teria maioria para fazer o acordo de paz."
(Noaf Massalha, deputado e vice-ministro da Saúde, sobre os votos árabes a favor do processo de paz no Parlamento de Israel. Os árabes israelenses elegem entre 8 e 10 dos 120 deputados do Knesset.)

"Os imigrantes russos deram a chave do governo ao Partido Trabalhista."
(David Markish, responsável pela absorção russa, sobre os 200 mil votos dos novos imigrantes em 92.)

"Não dá para botar o peixe de volta no mar."
(Ron Nachman, deputado pelo Likud e prefeito do assentamento de Ariel, na Cisjordânia ocupada, sobre a possibilidade de seu partido reverter o processo de paz caso vença as eleições de 96.)

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