São Paulo, segunda-feira, 2 de janeiro de 1995
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Cristovam toma posse pensando em 98

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O petista Cristovam Buarque, 50, usou ontem sua posse no governo do Distrito Federal para mandar um recado: derrotado duas vezes, o partido não desistiu de querer chegar à Presidência e já pensa na eleição de 98.
"A verdadeira festa será daqui a quatro anos", disse Cristovam, na sacada do Palácio Burity, após tomar posse. Cerca de 800 militantes ouviram o discurso cantando "Lula, Lula, olê, olê, olê, olá".
Cristovam foi empossado às 10h na Câmara Legislativa. Às 11h30, Joaquim Roriz (PP) transmitiu o cargo de governador ao petista e saiu pelos fundos do palácio para não enfrentar as centenas de manifestantes petistas.
Cristovam começa a governar amanhã com dois secretários denunciados pela Procuradoria Eleitoral de Brasília: Wasny de Roure (Fazenda e Planejamento) e Pedro Celso (Trabalho) são acusados de usar a gráfica da Câmara Legislativa para imprimir material de campanha. Os dois negam.
Cristovam e Vitor Buaiz (ES) foram os únicos governadores eleitos pelo PT. Para o deputado federal Chico Vigilante (DF), as administrações do partido nos dois Estados passam a ser a vitrine do PT.
Vigilante e a deputada eleita Esther Grossi (RS), acham até que o candidato do partido na eleição de 98 pode vir a ser Cristovam.
"Se ele fizer um bom governo estará credenciado a concorrer à Presidência", afirmou Vigilante.
Tanto Vigilante quanto Grossi colocam os nomes do deputado Aloizio Mercadante, do ex-prefeito de Porto Alegre Olívio Dutra e do próprio Lula como outros possíveis candidatos.
A posse de Cristovam foi organizada de modo a não coincidir com a posse de Fernando Henrique Cardoso. Pelo menos um dos convidados internacionais de FHC deverá se encontrar hoje com o petista: o ex-primeiro ministro francês Michel Rocard.

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