São Paulo, segunda-feira, 2 de janeiro de 1995 |
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Marcello Alencar ataca brizolismo no Rio
DA SUCURSAL DO RIO Dez minutos após receber o cargo do ex-governador Nilo Batista (PDT) no Palácio Guanabara (Laranjeiras, zona sul), o governador Marcello Alencar (PSDB) atacou o antecessor.Em discurso de improviso, assim que Nilo deixou o Palácio acompanhado pela mulher, Marcello Alencar afirmou que "os desacertos do governo que termina são notórios". "O passado não instrui o presente e não contém ensinamentos em relação ao futuro", declarou o governador, referindo-se a Nilo e a Leonel Brizola (PDT). Foi a primeira vez desde 1979 que um governador transmitiu o cargo ao sucessor no Rio. Por rivalidade política, os últimos três governadores receberam o cargo de outras autoridades. Alencar deixou claro que pretende dar a seu governo uma orientação política oposta à adotada pelo PDT, partido que deixou há dois anos. O governo anterior do Estado, segundo ele, foi "entregue a práticas conservadoras sob o rótulo de socialista". O tucano prometeu substituir "métodos anacrônicos de governo por novas práticas gerenciais, que são o pressuposto da modernização do aparelho estatal". O governador também baseou em críticas ao brizolismo seu discurso de posse na Assembléia Legislativa. Nas eleições de 1994, segundo Alencar, o eleitor "arquivou as velhas miçangas do arrebanhar político, a vazia sonoridade das palavras de ordem e o rubro farfalhar das bandeiras nos comícios de empreitada oficial". A diferença de estilo entre Brizola e Alencar ficou demonstrada nas cerimônias de ontem. Em 1991, Brizola abriu os portões da Assembléia para populares e desfilou na carroceria de uma caminhonete até o Palácio Guanabara, seguido de multidão. A cerimônia de posse de Alencar contou com cerca de 350 pessoas, a maioria parentes dos novos secretários e deputados eleitos. Foram expedidos 800 convites. Marcello foi para Laranjeiras em carro fechado, seguido por autoridades do Poder Judiciário e seguranças. O arcebispo do Rio, dom Eugênio Sales, foi à posse. Texto Anterior: Arraes critica políticas social e econômica Próximo Texto: Azeredo prega justiça social Índice |
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