São Paulo, segunda-feira, 2 de janeiro de 1995
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Brasil resiste ao rock argentino

PAULO HENRIQUE BRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Los Fabulosos Cadillac foram o maior sucesso de 94 entre os grupos de rock argentinos.
Outros grupos com nomes esquisitos, como Redonditos de Ricota, Soda Stereo e Los Rodriguez, tocam em estádios lotados e vendem dezenas de milhares de cópias de cada novo disco na Argentina. E ninguém nunca ouviu falar deles por aqui.
A recíproca não é verdadeira. Os Paralamas do Sucesso (pensando bem, um nome tão ou mais estranho do que os dos grupos argentinos) vendem muito bem em países de língua espanhola, em especial na Argentina.
"A questão do idioma é muito forte para os brasileiros e há uma dificuldade de comunicação", diz o jornalista Ricardo Salton, crítico de música da revista "Notícias", o principal semanário de Buenos Aires.
O último trabalho dos Paralamas, "Severino", vendeu 90 mil cópias no Brasil, mas atingiu 120 mil na Argentina.
Os dois nomes do rock argentino que ficaram um pouco mais conhecidos no Brasil conseguiram o êxito via Paralamas.
O veterano Charly Garcia tocou piano na faixa "Quase um Segundo", do disco "Bora Bora" dos Paralamas, lançado em 89. Depois, fez alguns shows no Brasil, acompanhado por Herbert, Bi e Barone.
Fito Paez, a maior estrela do rock portenho, é autor de "Trac Trac", sucesso do disco "Os Grãos", de 91, e participa da faixa "El Vampiro Bajo El Sol", de "Severino".
Ele foi uma das atrações do M2000 Festival, no início de 94, e a versão brasileira de seu último trabalho, "Circo Beat", que vendeu 200 mil cópias em um mês na Argentina, deve ter a participação de Caetano Veloso em uma das faixas.
O último disco de Paez lançado por aqui, "El Amor Después del Amor", de 92, vendeu 4.500 cópias no Brasil.
(PHB)

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