São Paulo, segunda-feira, 9 de janeiro de 1995
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Espera para tira pedras dos rins cai para 3 meses

ANDRÉ MUGGIATI
DA REPORTAGEM LOCAL

O HC (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP) em São Paulo retira todos os dias as pedras dos rins de cerca de dez pessoas.
Segundo o professor Anuar Ibraim Mitre, 45, isto só é possível devido às máquinas que eliminam as pedras através de bombardeamento com ondas de choque.
A máquina do HC, uma das duas existentes em hospitais públicos no país (a outra está na USP de Ribeirão Preto), existe desde 93. Antes disso, apenas duas pessoas com cólicas renais podiam ter as pedras retiradas a cada semana.
A fila para retirar pedras no HC, hoje, é de cerca de 700 pessoas, ou três meses. Antes, era de mais de um ano.
As cólicas renais (dores causadas pelas pedras) costumam ser relatadas como as mais fortes existentes. De acordo com Mitre, cerca de 15% das pessoas têm cólica renal em algum momento da vida.
As pedras, ou cálculos, podem se formar por vários motivos. Dependendo do motivo, a intervenção por cirurgia ou ondas de choque não é necessária.
Os cálculos rádio-opacos podem ser de oxalato de cálcio (80%), fosfato amônia magnésio (10%) ou outros minerais (10%).
As pedras de oxalato de cálcio podem se formar por três motivos. O primeiro é o consumo exagerado de leite e de seus derivados, como o queijo e a manteiga. Estes alimentos são ricos em cálcio.
Outro motivo pode ser um aumento na capacidade do organismo de absorver o cálcio. A terceira razão é a perda acentuada de cálcio na urina, o que aumenta a concentração deste mineral nos rins.
Pode-se evitar a formação destes cálculos através de uma dieta com alimentos pobres em cálcio, ou com remédios que diminuam sua absorção e excreção.
Os cálculos de fosfato amônia magnésio se originam de infecção por bactérias que se ligam a cristais existentes na urina, aumentando-os de tamanho.
Estes são os maiores cálculos e podem ocupar todas as cavidades do rim, adquirindo o formato de uma árvore ou de recifes de coral.
Estes cálculos devem ser retirados e a infecção tratada com antibióticos.
As pedras de outros minerais, mais raras, são tratadas após identificação de sua causa.
Os cálculos rádio-transparentes são aqueles formados por excesso de ácido úrico no sangue. Cerca de 5% das pessoas com excesso de ácido úrico têm estes cálculos.
Eles podem ser dissolvidos com o consumo de bicarbonato, que diminui a acidez da urina. Evita-se a formação de novas pedras com uma dieta pobre em proteínas.

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