São Paulo, segunda-feira, 9 de janeiro de 1995 |
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Filme ruim dá direito a dinheiro de volta
MARCELO PAIVA
Nos balanços de fim de ano dos jornais daqui (e o Brasil foi capa em todos eles, com Romário beijando a taça, e patrícios balançando na comemoração, dando, como eles dizem, o bom exemplo de como festejar festejando, sem brigas ou excessos), a conclusão é unânime: a mídia ficou biruta. Perdeu-se o controle e vale tudo, culpar inocentes, estragar casamentos, e jogar na lama reputações intocáveis. A sociedade que constrói e ama tantos ídolos (celebridades), sente um prazer especial em destruí-los. Que o digam Michael Jackson, O.J. Simpson, Bill Clinton, John, Bob e Ted Kennedy, Jackie Onassis, a família real inglesa etc. Para subir o nível, me sinto na obrigação de manter uma conversa amena. Vamos jogar conversa fora, de papo pro ar. Aqui vai: 1. Fui ver um filme outro dia, uma barca furada ("Mrs. Parker", filmeco pretensioso e afetado, produzido por Robert Altman, com Jennifer Jason Leigh fazendo careta de intelectual depressiva). Decidimos sair no meio. Na saída do cinema, a pipoqueira nos parou para perguntar se queríamos o dinheiro de volta. Isso mesmo: se não gosta do filme, eles dão o dinheiro de volta. Se a moda pega no Brasil. 2. A Delta Airlines tem anunciado, de boca cheia, que é a primeira companhia aérea a banir o cigarro de seus vôos, nacionais e internacionais. Pois há uma semana, fui comprar um bilhete aéreo, e havia filas nos balcões de todas as companhias, menos no da Delta, às moscas. Tomara que vá à falência. Tá pensando o quê, meu irmão?! 3. Muitos solitários da região anunciam, nos classificados, suas virtudes, a procura de um parceiro. Os anúncios em que "homem procura mulher" ocupam meia página. Os "mulher procura homem" ocupam três páginas. Tem de tudo: orientais, loiras atraentes, jovens, coroas, intelectuais, das que querem um relacionamento profundo às que querem só um arrasta-pé. Pegue um avião, nenê, se não estiver chovendo na sua hortinha. Texto Anterior: Só três buscam serviço civil Próximo Texto: Vergonha não combina com vida adulta Índice |
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