São Paulo, segunda-feira, 9 de janeiro de 1995
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Intervenção custa caro aos cofres da Rússia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A intervenção militar na Tchetchênia, iniciada em dezembro, está custando US$ 27,2 milhões por dia aos cofres de Moscou, o que ameaça o programa de reformas econômicas russo. A afirmação é do ex-ministro das Finanças russo Boris Fiodorov.
O custo da operação é mais um dos argumento em favor de uma solução pacífica para o conflito na república do Cáucaso, que proclamou sua independência em 1991.
Segundo o economista russo Otto Lacis, a recuperação dos danos materiais causados pela guerra deverá a equivaler a US$ 2,8 bilhões –algo em torno de 1% do PIB (Produto Interno Bruto) da Rússia.
Nikolai Gontchar, representante do comitê de orçamento do Parlamento russo, acrescenta que a recuperação global da economia tchetchena representaria um gasto de US$ 38 bilhões.
No plano político, ontem ocorreu mais um episódio nas difíceis relações entre o governo de Ieltsin e lideranças internacionais.
O chanceler alemão Helmut Kohl descreveu o assalto a Grozni como uma "completa loucura", enquanto seu ministro da defesa, Volker Ruehe, acusou Moscou de quebrar com "inigualada brutalidade" todos os acordos de direitos humanos.
Considerado um dos principais aliados do presidente russo no Ocidente, Kohl descartou, porém, a possibilidade de um boicote econômico. "Toda instabilidade na Rússia é uma instabilidade para a Europa", disse.
Paralelamente, Moscou negou visto de entrada a dois parlamentares do Partido Social Democrata Alemão, que iriam discutir a ação militar na Tchetchênia com deputados russos.
Também ontem, em Jidá (capital da Arábia Saudita), 51 países da Organização da Conferência Islâmica pediram o fim da guerra da Tchetchênia –país de maioria muçulmana.

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