São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995
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Fiesp ameniza crítica sobre IR das empresas

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Carlos Eduardo Moreira Ferreira, amenizou as críticas que sua entidade vinha fazendo sobre a medida provisória (MP) 812, que eleva o Imposto de Renda sobre o lucro das empresas.
"Nós entendemos a necessidade operacional do novo governo, que precisava tampar o buraco com o fim do IPMF (Imposto Provisório sobre a Movimentação Financeira). Mas queremos a reforma tributária e fiscal de verdade e não mais remendos à Constituição", afirmou o presidente da Fiesp.
Para ele, faltou vontade política ao governo antigo para realizar essas reformas antes do fim do IPMF e no final do ano passado o governo "precisou baixar uma MP" por causa do princípio da anualidade, disse.
Pelo princípio da anualidade, um imposto só pode entrar em vigor no ano seguinte que foi baixada a lei que determina sua criação.
Moreira Ferreira disse que há críticas da Fiesp mas também aspectos positivos com relação à MP. Afirmou que um estudo sobre o assunto será encerrado nos próximos dias.
"Os documentos que foram divulgados sobre o assunto eram documentos oficiais de discussão e não contêm qualquer posição oficial da entidade", destacou.
Moreira Ferreira disse ainda que, numa primeira análise, a MP preocupa pois penaliza as empresas que são contribuintes formais e estão em dia com o fisco.
"Já falei com o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e ele nos garantiu que a prioridade do novo governo será a reforma tributária."
A MP foi criticada pelos diretores da Fiesp Mario Bernardini e João José Locoselli. Segundo Locoselli, ela aumenta a carga tributária das empresas com lucro acima de R$ 750 mil de 41% para 49%. Para Bernardini, a impossibilidade de compensar os prejuízos, prevista na MP, é "jogo sujo".

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