São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 1995
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PC vai dirigir suas empresas da cadeia

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O empresário Paulo César Farias reassume hoje a presidência de suas empresas. PC irá administrá-las do Quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros de Maceió (AL).
O ex-tesoureiro de Fernando Collor de Mello foi "convocado" a assumir a direção da Tratoral por uma assembléia extraordinária dos sócios.
A empresa é uma revenda de tratores em Alagoas. A ata da assembléia foi publicada no "Diário Oficial" do Estado na última quinta-feira.
PC Farias estava afastado do comando da Tratoral desde 30 de junho de 93, quando deixou Maceió para fugir do primeiro decreto de prisão preventiva contra ele.
Na ocasião, o juiz Pedro Paulo Castelo Branco, da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, determinou a detenção do empresário por crime de sonegação fiscal.
A partir de hoje, o diretor da revenda Giovani Carlos Mello manterá encontros diários com PC na cela onde está detido para que ele possa assinar os documentos das empresas.
O deputado federal Augusto Farias (PSC), irmão do ex-tesoureiro de Collor, até ontem foi atuava como seu procurador.
O retorno de PC à rotina empresarial de Alagoas faz parte da estratégia de seus advogados, que pretendem requerer, em fevereiro, a mudança do cumprimento de sua pena para prisão domiciliar.
Em dezembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal considerou o ex-tesoureiro de Collor culpado da acusação de falsidade ideológica.
PC foi denunciado pela Procuradoria Geral da República por realizar movimentação financeira através de contas bancárias de correntistas "fantasmas'.
Na ocasião, o empresário foi condenado a sete anos de prisão em regime semi-aberto. Em razão disso, ele poderia escolher o cumprimento da pena em local onde mantém residência.
Desde novembro de 93, PC se encontrava detido no Quartel do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal.
No dia 22 de dezembro de 94, ele foi transferido para o Quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros, em Maceió.
A Agência Folha apurou que um dos primeiros atos de PC, ao reassumir formalmente o comando de suas empresas, será o fechamento da Brasil-Jet Táxi Aéreo.
A Brasil-Jet possui um escritório em Alagoas e outro em Brasília. Porém não possui mais aviões. PC devolveu as aeroaves, todas compradas por meio de leasing, em outubro de 93. Agora ele quer acabar com as despesas da Brasil-Jet, que já não tem mais faturamento.
Um dos aviões da frota da empresa era o "Morcego Negro", que serviu a Collor e seus assessores na fase de montagem de seu governo.
Depois do Collorgate, PC encerrou as atividades de duas outras empresas que possuía, a Verax e a EPC, ambas com sede em São Paulo.

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