São Paulo, sábado, 14 de janeiro de 1995
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Governo prepara fim do arrocho ao crédito

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo aguarda a queda nas vendas para iniciar a flexibilização das medidas de restrição ao consumo, adotadas em outubro de 1994.
Estudos neste sentido já estão sendo feitos e a preocupação do governo é manter o consumo sob controle e evitar aumentos abusivos de preços.
Uma das idéias é permitir a ampliação gradual do prazo para pagamento de compras financiadas com recursos dos bancos. Outra possibilidade é a redução na alíquota do compulsório cobrado sobre operações financeiras, hoje em 15%. As duas medidas reduziriam o custo dos empréstimos.
Dados da Associação Comercial de São Paulo indicam que as vendas nos dez primeiros dias de janeiro estão, em média, 15% acima do mesmo período de 1994.
"As vendas passaram para um novo patamar depois que foi adotado o real", disse Marcel Solimeo, diretor da associação.
Apesar de o governo ter limitado as vendas parceladas em até três vezes, muitas lojas estão usando recursos próprios e financiando em até seis meses.
Segundo Solimeo, a venda de eletro-eletrônicos continua aquecida e, se não mudar nada, as vendas do primeiro semestre devem ficar 15% maiores que as de 1994, no mesmo período.
Dentro da idéia de flexibilizar o arrocho ao consumo, o governo pode ainda autorizar a ampliação no prazo dos grupos de consórcios de carros novos -limitado atualmente em 12 meses.
Pode também permitir o retorno da contemplação de bens por lances e a abertura de novos grupos de consórcios para aquisição de produtos eletro-eletrônicos.
A avaliação da área econômica é que as restrições ao consórcio provocaram uma queda no ágio cobrado na venda dos carros "populares".
Por isso, uma das opções é deixar de fora da flexibilização os consórcios de carros "populares" -aqueles até 1.000 cilindradas como Uno Mille, Corsa Wind e Gol 1.000.
O mais provável é que o governo permita novamente consórcios de carros com prazo de até 50 meses.
Esta é uma das principais reivindicações das administradoras de consórcios, que alegam terem sido prejudicadas com as medidas adotas pelo governo em outubro do ano passado.

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