São Paulo, sábado, 14 de janeiro de 1995
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Mercado financeiro do México se acalma

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A calma retornou aos mercados mexicanos ontem. O mercado de ações operou em alta e o peso se estabilizou sustentados pelas promessas do governo dos Estados Unidos de que dará toda a assistência necessária para que o México supere a atual crise econômica.
Ontem, o presidente Bill Clinton e os líderes do Congresso norte-americano continuaram negociando acordo para aumentar a linha de crédito ao México, que deve oscilar entre US$ 25 e US$ 40 bilhões, cifras não confirmadas oficialmente.
"Aceitamos fazer o que for necessário para restabelecer a confiança financeira no México, desde que isso não afete o nosso atual orçamento", disseram em uma declaração conjunta o presidente Clinton e líderes do Congresso.
Depois da reunião com os líderes do Congresso, Clinton conversou por telefone com o presidente mexicano Ernesto Zedillo. Ambos concordaram que a saída da crise depende da habilidade do México para continuar liberalizando sua economia e para cumprir o programa de austeridade imposto pelo governo.
A decisão do governo dos Estados Unidos de aumentar a linha de crédito ao México, deu uma folga aos mercados do país.
O anúncio de Clinton também serviu para acalmar os mercados latino-americanos, contagiados pelo chamado "efeito tequila".
O ministro de Finanças, Guillermo Ortiz disse que a ajuda norte-americana permitirá ao governo renegociar cerca de US$ 29 bilhões em bônus do Tesouro (Tesobônus) que vencem este ano e com os quais o governo financia seu déficit.
Ortiz disse também que o governo pretende converter a dívida de curto prazo em longo prazo.
A Bolsa de Valores fechou em alta pelo terceiro dia consecutivo. O principal índice fechou com elevação de 4,61%.
As ações das principais empresas mexicanas negociadas na Bolsa de Nova York também registraram alta.
Economistas mexicanos lembram que a linha de crédito dos Estados Unidos, se aprovada, não é garantia de que o cotidiano dos mexicanos vai melhorar.Eles observam que o dólar continua com um preço elevado e a expectativa de queda depende de não haver uma disparada do índice de inflação.
Nesse sentido, os próximos três meses serão críticos, dizem os especialistas, que estimam uma taxa de inflação anualizada no primeiro trimestre de até 30%.

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