São Paulo, sábado, 14 de janeiro de 1995 |
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Tunga critica organização da Bienal de SP
DANIELA ROCHA
Três delas abriram suas exibições: a Marc Pottier with The Contemporary, com trabalhos de Tunga, a Annina Nosei Gallery, com obras de Adriana Varejão, e a Nicole Klagsbrun Gallery, com obras de Sandra Tucci. Hélio Oiticica, com a obra "Cosmococa CC5 Hendrix War", e os artistas Waltercio Caldas, Cildo Meireles e José Resende tiveram suas exposições abertas na última terça-feira. "Achei surpreendente tudo o que vi até o momento", afirmou o artista plástico americano Eric Wolf, 34, na abertura da exposição de Sandra Tucci. "Vi a mostra de Mira Schendel e percebi que ela fez um tipo de trabalho que antecipou uma tendência", disse. Wolf afirmou que vai visitar as mostras de Oiticica, Nuno Ramos, Regina Silveira e Tunga. "Pelo menos nestas irei com certeza, mas gostaria de ir a todas", disse. Outro que se impressionou pela qualidade das obras dos artistas brasileiros foi o importador Lowell Feuer, 39. "Sou apreciador de arte e vejo nestas obras vibração, ritmo e senso de harmonia que são tão presentes na música brasileira." Ele disse que a exposição de Tunga chamou sua atenção. "Mais do que tudo, as obras de Tunga têm magnetismo." Tunga montou uma instalação com três cobras vivas livres em uma gigante vitrine em formato de aquário e exibe outras duas instalações em um espaço que é quase um galpão. "Vi que as exposições são todas muito bonitas é fato que os artistas brasileiros estão trazendo coisas novas a Nova York", afirmou. A artistas Sandra Tucci concorda com Feuer. "Em muitas exposições que vi na cidade, percebi que falta fôlego aos artistas jovens daqui." Segundo ela, a arte do Brasil vive um momento de impulsão. "Está havendo um grande interesse por nossa produção, não só dos Estados Unidos, mas também da Europa." Tucci participará da mostra "Haus der Kulturen der Welt", em Berlim, em março deste ano, com a obra "In Memorian", composta por 360 peças. Na "Art From Brazil in New York", Tucci exibe uma série com três partes, intitulada "Alma Coração e Vida". Tunga afirmou que a exposição da arte brasileira em Nova York foi uma ótima iniciativa. "De certo modo, o sucesso desta exposição prova como as instituições culturais no Brasil estão cegas, surdas e mudas a seus artistas", disse. Ele criticou a Bienal de São Paulo: "A Bienal foi incapaz de instalar uma obra de sete toneladas por falta de prego, e olha que a Bienal é a melhor das instituições culturais no Brasil. Imagine como são as outras." Tunga acha correta a exibição ser montada em galerias. "No circuito da arte comercial está a vanguarda de valores comerciais", disse. A "Art From Brazil in New York" abrirá a instalação de Valeska Soares no dia 27, e, no dia 9 de fevereiro, a exibição de trabalhos de Fernanda Gomes, Ester Grinspum, Leonilson e Ernesto Neto, no The Drawing Center. Texto Anterior: Mudança deve ser prazerosa Próximo Texto: Bombaim comemora invenção do cinematógrafo com festa kitsch Índice |
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