São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 1995
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Japão anuncia que 'ama gols'

ANDRÉA FORNES
EDITORA DE EXTERIOR E CIÊNCIA

O Japão ambiciona sediar a Copa do Mundo de 2002, a primeira do século 21, sem nunca ter participado de um campeonato mundial de futebol.
A seleção japonesa quase conseguiu chegar lá em 1994, sob o comando do técnico holandês Hans Ooft.
Mas perdeu a classificação para o Mundial dos EUA no último minuto, numa noite quente de outubro em Doha, a capital de Qatar.
O time disputava com Iraque, Irã, Coréia do Sul, Coréia do Norte e Arábia Saudita as duas vagas da fase asiática das eliminatórias.
Arábia Saudita e Coréia do Sul conquistaram seu lugar para o Mundial do ano passado, tirando os japoneses da jogada mais uma vez.
A briga pela Copa do Mundo de 2002 deve ocorrer, fora dos campos, entre Japão e Coréia do Sul. O México é o outro candidato oficial.
O presidente da Fifa, João Havelange, não esconde sua preferência de que esse Mundial seja organizado por um país da Ásia.
O Japão lançou a sua candidatura junto à federação internacional de futebol já em novembro de 1989.
Desde então, a Associação de Futebol do Japão tem feito reuniões anuais, com a presença de craques como Pelé, o alemão Franz Beckenbauer e o inglês Bobby Charlton, para promover a Copa 2002.
O slogan da campanha nipônica é "Japan Loves Goals" (Japão Ama Gols).
O logotipo oficial sobrepõe o sol nascente vermelho (símbolo do país) a uma bola de futebol.
O passo mais importante dos japoneses para vencer a disputa contra os sul-coreanos foi a profissionalização de seu futebol, ou "sa-ca", a versão deles para "soccer" (futebol em inglês).
Em maio de 1993, o país do sumô e do beisebol parou para ver o pontapé inicial da J-League, a liga japonesa de futebol profissional.
O Japão garante que até o século 21, com a organização de megaeventos esportivos como os Jogos Olímpicos de 1964 e o Mundial de Atletismo de 1991 (ambos em Tóquio), e depois os Jogos Olímpicos de Inverno de 1998 (em Nagano), terá acumulado know-how suficiente para realizar uma Copa.
A decisão sai no ano que vem. Além de experiência e profissionalismo, o Japão oferece infra-estrututura imbatível em telecomunicações, transportes e acomodação para atletas e torcedores.
"O Japão é uma potência econômica, mas se tentar dominar o resto da Ásia será lamentável para os asiáticos especialmente se levarem em conta o passado recente", disse Chung Mong Joon, presidente da associação de futebol sul-coreana.
Segundo ele, "se a Coréia sediar a Copa de 2002 será bom para o Japão, que pode como um irmão mais velho nos auxiliar a organizar e gerenciar o evento".
Se for consagrado vencedor da disputa, o Japão terá responsabilidade ainda maior de assegurar a sua primeira classificação em uma Copa do Mundo, na França em 1998.

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