São Paulo, domingo, 22 de janeiro de 1995
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"Terrorismo" chega à rede

PAULO FERNANDO SILVESTRE JR.
DA REPORTAGEM LOCAL

A Internet não é um paraíso onde todos são amigos. Devido a sua abrangência mundial, não é difícil imaginar que existam pessoas que tenham idéias divergentes sobre um mesmo assunto.
Até há pouco, os casos mais drásticos desses problemas eram resolvidos com uma amigável troca de insultos, através do correio eletrônico ou de áreas especiais para discussões acaloradas on-line, como o fórum "alt.flame".
Josh Quittner, da revista "Time" recebeu, entretanto, uma nova variação de insultos, que pode ser considerada o primeiro caso de "terrorismo eletrônico".
No último dia de Ação de Graças, ele e sua mulher (que também é jornalista) não receberam nenhuma chamada telefônica, algo estranho no casa de dois jornalistas.
A suspeita de que algo estava errado aumentou por também não terem recebido mensagens através da Internet, apesar de se conectarem à rede várias vezes ao dia.
Uma pessoa (ou grupo), autointitulando-se "Frente de Libertação da Internet", foi a responsável pela "brincadeira".
Ela justifica seu ato ameaçando o jornalista –e, por extensão, todo o grupo comercial ligado à Internet– e sua privacidade.
Através de mensagens enviadas posteriormente ao jornalista, a "frente" diz que os "porcos capitalistas" deveriam ficar fora da Internet, antes de transformá-la em uma "fossa transbordante de ganância".
Brincadeira ou não, o acontecimento evidenciou a grande dificuldade de se coibir atos como este na rede.
"É difícil porque realmente há pessoas muito preparadas que podem chegar a detectar uma fragilidade no sistema e fazer isso", diz José Barletta, da Internet Society.
Segundo ele, esse tipo de problema não é exclusividade das redes de computadores.
"Pode acontecer da mesma forma em um (telefone) PBX", exemplifica.
(PFSJ)

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