São Paulo, segunda-feira, 23 de janeiro de 1995
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Conflito chega ao Daguestão, dizem russos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo russo denunciou ontem a presença de guerrilheiros tchetchenos em pontos da fronteira com a república do Daguestão.
Observadores temem que o conflito na Tchetchênia se expanda para outras repúblicas do Cáucaso.
Nos últimos dias têm sido registrados confrontos na fronteira com o Daguestão e no início do mês três helicópteros russos foram derrubados na região.
Em Grozni, ocorreram ontem explosões e disparos de artilharia esporádicos, em volume bem menor do que o registrado no sábado.
A diminuição das hostilidades permitiu que habitantes saíssem para procurar água e comida.
Foram registrados alguns ataques em bairros do sul da capital. Os bombardeios mais intensos ocorreram na aldeia de Bamut, entre Grozni e as montanhas do sudeste da república.
Há indicações de que após terem perdido o controle do palácio presidencial, na quinta-feira, os rebeldes tchetchenos passaram a priorizar ações de guerrilha contra comboios e unidades de retaguarda dos russos. Eles estariam também colocando minas nas estradas.
O ministro das Relações Exteriores russo, Andrei Kozirev, se reuniu ontem em Berna (Suíça) com seu colega alemão, Klaus Kinkel, para discutir a situação na república separatista.
"Expressamos a grande preocupação do governo alemão sobre como a Rússia está tentando controlar a situação na Tchetchênia", disse Kinkel.
A Rússia interviu na república separatista do Cáucaso em 11 de dezembro. Observadores internacionais afirmam que milhares de pessoas já morreram desde o início dos combates.
Kinkel pediu um cessar-fogo imediato e abertura de negociações para a solução da crise.
Kozirev disse que o governo russo quer agora criar condições mínimas de segurança para a realização de eleições na república e afirmou que a Rússia não negociará com o presidente Djokhar Dudaiev, líder dos rebeldes.
O chanceler russo disse também que "a fase militar da restauração da ordem na Tchetchênia está praticamente terminada".
Em Moscou, centenas de manifestantes se reuniram ontem perto do quartel-general da antiga KGB para pedir o fim da intervenção na república do Cáucaso.
O papa pediu ontem durante sua tradicional prece de domingo na praça de São Pedro, em Roma, que as partes em conflito negociem a paz na Tchetchênia.

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