São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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Negociações

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do "quórum baixo", como notou a Manchete, a televisão no geral deu como um grande sucesso o seminário do governo com o PMDB. No SBT, por exemplo, "até o deputado Alberto Goldman", supostamente um quercista, apareceu com elogios ao encontro.
No mesmo SBT, porém, o correspondente dizia logo depois que "o presidente do PMDB impôs uma condição" para que o partido apóie as medidas apresentadas pelos ministros, no seminário:
– É o salário mínimo chegar a US$ 170, até o fim do ano.
Obviamente, não é condição, mas impedimento. Ao que parece, o nó que impediu a revisão da Constituição no ano passado segue firme, tendo o PFL de um lado e o PMDB de outro.
Uma outra opinião de Luiz Henrique, o presidente peemedebista, esclarece mais a situação. Disse ele em várias redes, quando perguntado sobre as prioridades do partido, na mudança da Carta:
– A reforma fiscal e tributária, e a reforma previdenciária.
Quanto à reforma da economia, também chamada de privatização ou flexibilização dos monopólios e estatais, nem palavra. E olha que foi o tema maior do encontro, como registrou a Globo:
– O ministro José Serra defendeu a flexibilização dos monopólios e a parceria de governo e empresários na exploração de energia elétrica, minério, pesquisa e lavra de petróleo, transporte de combustível, distribuição de gás canalizado e telecomunicações.
O PMDB não vai ceder tudo isso assim, de graça. E, como notou a CBN, "o governo depende do PMDB".

Sem fim
A Globo demora, contorna, sobretudo edita, mas acaba por aceitar os fatos. Como no texto de ontem, sobre a Operação Rio:
– A operação de combate à violência reprime o tráfico de drogas e o contrabando de armas, mas não põe um fim à ação do crime organizado.
Exemplos:
– Só neste mês, há o registro de seis casos de sequestro no Rio. Quinze pessoas estão em poder dos sequestradores. O roubo de cargas também aumentou. São as saídas encontradas pelas quadrilhas para sobreviver.
Vai-se descobrindo, afinal, que não basta encher a cidade de tanques, helicópteros e, mais recentemente, lanchas.

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