São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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PT critica líder que defende reformas

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A direção do PT desautorizou ontem declarações feitas por seu líder na Câmara dos Deputados, José Fortunati (RS), de que o partido fizera autocrítica de sua ausência na revisão constitucional.
Fortunati também afirmara que o PT admite discutir pontos da reforma constitucional proposta pelo governo, como a flexibilização do monopólio das telecomunicações.
As declarações de Fortunati foram discutidas ontem pela Executiva. Segundo Rui Falcão, presidente do PT, a direção "discorda por unanimidade" de seu líder.
Para Falcão, Fortunati se equivocou ao dizer que houve arrependimento do PT por não ter participado da revisão. Segundo ele, a posição do partido e da bancada sempre foi contrária à revisão.
Sem citar Fortunati, Falcão fez duras críticas a ele. Disse que um líder ideal do PT é aquele que tem a "grandeza de promover a unidade da bancada com a executiva e não alguém que promova a indústria da dissidência".
Falcão disse que não estava se referindo a Fortunati, que está deixando a liderança, mas ressaltou que o novo líder, Jacques Wagner (BA), "tem condição de fazer esse trabalho" de união do partido.
Lula
Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem uma mobilização geral do PT contra o possível veto do presidente Fernando Henrique Cardoso ao aumento do salário mínimo de R$ 70,00 para R$ 100,00.
Suas críticas contra o veto ao salário mínimo foram feitas na abertura da reunião da executiva nacional do PT, em São Paulo. Foi a primeira manifestação pública de Lula contra uma medida de FHC.
Lula criticou o PT por não estar dando a devida importância ao tema e pediu uma campanha do PT e da CUT contra o veto. Lula disse que ninguém na reunião petista ganhava salário mínimo –razão da pouca importância que vem sendo dada ao tema. (Emanuel Neri)

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