São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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Índios matam ambientalista e seu filho em reserva no Mato Grosso

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE E PORTO ALEGRE

O ambientalista Adroaldo Ferreira da Silva, 48, e seu filho Adriano Cantarelli da Silva, 24, foram assassinados no último fim-de-semana por índios parecis na reserva de Juininha, a 74 km de Ponte de Lacerda (MT).
Adroaldo fundou o Movimento Conservacionista de Cachoeira do Sul (RS). Escreveu um livro ("Em Defesa da Vida") sobre o assunto e militou na Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural.
Adroaldo e o filho teriam sido mortos a tiros, flechadas e golpes de borduna, segundo o administrador interino da Funai de Tangará da Serra (MT), Márcio Barros.
Barros disse que Adriano e seu pai, ao serem abordados pelos índios dentro da reserva, começaram a atirar com uma pistola automática 380 e um revólver calibre 32. Os parecis revidaram e mataram os dois. Nenhum índio foi ferido.
A polícia desconfia da versão da Funai. Segundo o agente de polícia de Pontes de Lacerda, Francisco Ribeiro da Silva, não há marcas de tiros nos corpos.
Ele disse que a pistola e o revólver de Adriano e Adroaldo tiveram os cartuchos totalmente disparados, mas nenhum índio foi ferido.
Adroaldo tinha ido passar as férias com seu filho, que trabalhava no Fórum de Pontes de Lacerda.
Um dos filhos de Adroaldo, Ticiano, 15, disse ontem que seu pai era "muito amigo" dos parecis.

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