São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Consumo leva BC adiar fim do arrocho ao crédito
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O atual nível de consumo fez o governo adiar o abrandamento do arrocho ao crédito, previsto para janeiro. Foi abandonada, ao menos temporariamente, a intenção de reduzir os recolhimentos compulsórios ao Banco Central sobre diversas operações bancárias.Os compulsórios sobre depósitos à vista (contas correntes) e a prazo (CDBs e outros papéis privados) foram fixados em julho, junto com o lançamento do real, em julho de 1994. Todos eles provocam elevação dos juros e diminuição do volume de dinheiro disponível. "O BC está reconsiderando a situação. A flexibilização (do arrocho ao crédito) vai esperar um pouco mais", disse ontem o diretor de Política Monetária do BC, Alkimar Moura. As restrições ao crédito foram intensificadas pelo governo até outubro passado. Era previsto um abrandamento do arrocho a partir de janeiro. A persistência de um alto grau de consumo depois do Natal surpreendeu a equipe econômica. Segundo Alkimar, o consumo em alta não está provocando inflação porque o crescimento das importações está equilibrando a oferta de produtos. Na avaliação de Moura, o crescimento do consumo atual em relação aos níveis tradicionais desta época do ano se deve à atividade industrial, e não ao comércio. O BC detectou também que houve crescimento do endividamento de empresas e pessoas físicas no final do ano passado, provavelmente devido à obtenção de empréstimos. Este fenômeno pode gerar saques de aplicações financeiras para o pagamento de dívidas. Dados do BC apontam que os saques da poupança, até o último dia 20, somaram R$ 456,3 milhões este ano. Texto Anterior: Fantasma de colapso financeiro assombra Fórum Próximo Texto: Governo pode não reeditar a MP que prevê participação nos lucros Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |