São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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Nova moeda vai custar até 100% a mais

DA SUCURSAL DO RIO

As novas moedas brasileiras, fabricadas em latão ou alpaca, cobre e aço inoxidável deverão custar até 100% a mais que as atuais, fabricadas apenas em aço inox. O presidente da Casa da Moeda, Danilo Lobo, calcula que, em média, o preço será 70% maior.
Isso significa que o preço médio do milheiro de moeda passará de R$ 25 para R$ 42,50. As movas moedas terão mais dois milímetros de espessura (passam de 1,2 cm para 1,4 cm) e, no verso, manterão a efígie da República ou passarão a homenagear a fauna e a flora brasileiras.
A nova família incluirá uma moeda de R$ 5,00, em duas cores. Segundo Lobo, ela terá função "emblemática", como a moeda de US$ 1,00 nos Estados Unidos, e sua circulação será restrita.
Para cunhar 3,5 bilhões de moedas no ano passado foram gastos R$ 86 milhões. Para fazer a mesma quantidade das novas moedas, os gastos serão de aproximadamente R$ 150 milhões.
Há a alternativa de se fabricar moedas mais baratas, apenas banhadas com cobre ou latão, mas para isso será necessária a importação de tecnologia atualmente não-disponível no Brasil, segundo o presidente da Casa da Moeda.
Outro problema das moedas mais baratas –em torno de 10% dos seus valores de face–, segundo Lobo, é que em caso de volta da inflação elas são desprezadas pela população e se perdem.
As de materiais como latão o cobre, que resultam em moedas de 30% a 40% do valor de face, seriam vendidas pela população ou pelo próprio BC como material para as indústrias de fundição.
Hoje, às 10h, Danilo Lobo se reúne com Carlos Eduardo Tavares, diretor do BC, para apresentar as alternativas para a nova família de moedas. Ele calcula que a definição ainda demora cerca de um mês e meio.
O Departamento de Moedas e Medalhas da Casa da Moeda segue cunhando as moedas já em circulação, todas em aço inoxidável, a uma média de 15 milhões de unidades por dia.
Delas, apenas a de R$ 0,25 permanecerá sendo cunhada quando a nova família estiver aprovada. A de R$ 0,01 continuará em aço, mas com as novas características.
O objetivo do governo ao fazer as novas moedas é facilitar o manuseio delas pela população.
Lobo ainda não sabe quantas moedas serão encomendadas pelo BC este ano. Por enquanto, a previsão é de 1,2 bilhão. Para cédulas, a previsão é de um bilhão.

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