São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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Equilíbrio

SÍLVIO LANCELLOTTI

Os pontos que a Juventus de Turim desperdiçou esta semana felizmente produziram a reabertura da batalha pelo título do Campeonato Italiano de 1994/95. Trata-se do melhor certame da Velha Bota em muitos anos. Um torneio equilibradíssimo. Seria injusto com a competição que a Juventus disparasse no comando da tabela.
Pelo menos outras cinco agremiações ainda mantêm chances de conquista do troféu: o Parma, a Lazio, a Roma, o Milan e a Fiorentina. Duas delas, aliás, a Roma e a Fiorentina, não constavam das relações dos favoritos dos apostadores antes de o certame se iniciar. Sua ascensão redemonstra a beleza da imprevisibilidade do futebol. Prova também que o ataque permanece como a melhor defesa.
Recém-promovida da Série B, a segunda divisão da Itália, a Fiorentina marcou 31 tentos nas 17 partidas do turno inicial do torneio. Melhor do que a sua ofensiva só aquela da Lazio, 36 gols. Isso num certame em que a média de "reti" por combate está na casa dos 2,5, ainda abaixo das fantasias dos treinadores agressivos.
A Fiorentina deve a sua força ao talento e à eficiência do argentino Gabi Batistuta, 15 tentos em 15 jogos, um desempenho espetacular. Batistuta já bateu um antigo recorde de Ezio Pascutti, década de 60, ao realizar ao menos um gol em cada uma de suas primeiras 12 pelejas. Agora, persegue um novo primado. Quer se tornar o maior artilheiro da história do "calcio". Basta que termine o campeonato com um total de 34 tentos, um além dos 33 de seu compatriota Angelillo na temporada de 1958/59.
Em vários outros departamentos, aliás, o campeonato se mostra primoroso. A sua média de público, por exemplo, anda acima da casa dos 30 mil espectadores. A sua média de renda, acima da cota dos US$ 600 mil.

Uau!
Apesar de alguns problemas com as arbitragens, a disciplina da temporada também merece um bom punhado de elogios.
Sempre na média, os apitadores só exibiram, no turno inicial, cerca de 4,3 cartões amarelos por combate. Os vermelhos também surgiram numa escala muito saudável, um a cada três cotejos.
O único problema grave continua sendo a infame violência dos torcedores nos arredores dos estádios. A cada semana se multiplica o número dos feridos, dos denunciados e dos presos. Pena. Não há medidas de segurança que impeçam a imbecilidade de se exibir.

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