São Paulo, sexta-feira, 27 de janeiro de 1995
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Bordeaux comemora melhor safra da década

JORGE CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A revista "Decanter", dedicada a vinhos e destilados, publicou na sua última edição as primeiras estimativas da qualidade da safra 94 (veja a avaliação da produção dos países em quadro acima). A avaliação preliminar da publicação inglesa traz boas, mas também más notícias.
Na França, pela quarta vez consecutiva, as chuvas amarguraram muitos vitivinicultores. A decepção parece ter sido maior na região da Borgonha, onde após um verão promissor as enxurradas de setembro provocaram a podridão dos frutos (mas deve haver bons vinhos em Chablis).
O panorama foi similar na Alsácia. Os melhores exemplares devem ser os Gewrstraminer e Pinot Gris, que resistiram melhor ao dilúvio. No Loire, a qualidade deve ser boa (grande parte das uvas foi colhida antes das chuvas), mas a produção será pequena (perdas por geadas e granizo).
Em Champanhe, o ano de 94 não teve brilho particular. No Rhône, tanto no norte (berço dos Hermitage), como no sul (terra dos Chateauneuf-du-Pape), a qualidade também foi média. Em contrapartida, Bordeaux comemorou a melhor safra desde 90 e o Languedoc-Roussillon (no sul) teve um ano excepcional, especialmente para a variedade Syrah.
Na Itália, o Piemonte sofreu com as precipitações. Barbarescos e Barolos devem ser bons, mas não excepcionais. Em troca, a colheita foi muito boa no Vêneto e no Lácio, pelo que devem aportar por aqui até o final do ano boas garrafas de Valpolicellas, Soaves, Bardolinos e Frascatis de 94.
Uma das regiões mais beneficiadas pelo clima na "bota" foi a Toscana (terra dos Chiantis e dos "Vino da Távola", os supertintos italianos), onde a safra foi considerada excelente, comparável talvez às de 85 e 90.
Na Espanha –pelo verão escaldante– a colheita foi pequena, mas variou na qualidade, de boa (Rioja, Penedés) a excelente (Duero). Em Portugal, os vinhos do Porto deverão ter um nível muito bom.
No Novo Mundo, a Califórnia teve uma bela safra nas áreas mais quentes, dedicadas normalmente aos Cabernet e Merlot, mas choveu nas áreas mais frias, onde reinam Chardonnay e Pinot Noir (que foi colhida antes).
Na Austrália, 94 foi considerado um ano bom e na África do Sul, a qualidade dos tintos desperta grande entusiasmo. Isto é uma boa notícia, já que seus preços são bem em conta.

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