São Paulo, domingo, 1 de outubro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crescimento da próstata afeta 50% dos homens de 50

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Metade dos homens na faixa dos 50 anos vai enfrentar sintomas como dificuldade para urinar, necessidade de ir ao banheiro várias vezes durante à noite e sensação de que a bexiga não foi totalmente esvaziada após as micções.
Essas alterações aparecem pelo crescimento da próstata (glândula do aparelho genital masculino) que provoca um estreitamento na uretra -canal de passagem da urina.
Com a idade, a próstata fica mais sensível à influência da testosterona (hormônio masculino) e de fatores de crescimento. Essas substâncias estimulam a proliferação das suas células e a glândula aumenta de tamanho. O problema é conhecido como hiperplasia benigna da próstata ou HPB.
Na HPB, além do crescimento da próstata, alterações no recebimento e na transmissão de estímulos nervosos (alterações sensoriais) também dificultam o ato de urinar.
Não há nenhuma forma eficaz de prevenir o aumento da próstata.
Segundo Miguel Srougi, chefe do departamento de urologia do Hospital da Beneficência Portuguesa, o número de homens com sintomas causados pela HPB aumenta com a idade. Aos 80 anos, 80% dos homens têm algum grau de aumento na glândula.
Srougi diz que metade desses homens vai precisar controlar a HPB com remédios que tentam ``encolher" a glândula. 20 a 25% têm sintomas mais intensos e acabam precisando retirar a próstata através de uma cirurgia.
O aumento da próstata pode gerar algumas complicações. Infecções urinárias, interrupção total do fluxo de urina e até insuficiência renal (falência dos rins). Não há relação entre a HPB e o câncer de próstata.
A primeira droga que surgiu para combater o crescimento da próstata foi a Finasterida -que bloqueia a ação dos hormônios masculinos sobre a glândula.
Normalmente, a testosterona entra na próstata, sofre a ação de uma enzima e é transformada na molécula DHT -que estimula a proliferação das células.
A Finasterida inibe a atividade dessa enzima e corta o estímulo para o aumento da próstata.
No entanto, a droga não produz bons resultados em todos os pacientes. Apenas um terço deles tem respostas favoráveis.
A finasterida demora cerca de seis meses para fazer efeito e 15% dos pacientes podem enfrentar problemas como impotência e diminuição do desejo sexual.
O laboratório que produziu a droga trabalha no desenvolvimento de um novo medicamento (MK -434), derivado da finasterida, que seria mais eficaz.
Outras drogas menos específicas também podem ser úteis. São medicamentos usados no tratamento da hipertensão arterial que melhoram o funcionamento sensorial da próstata.

Texto Anterior: EUA vai pavimentar bairro do litoral de SP
Próximo Texto: EUA estudam prevenir o câncer
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.