São Paulo, domingo, 1 de outubro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
AZT ainda é primeira opção de tratamento
JAIRO BOUER
O maior problema do AZT são os efeitos colaterais: náuseas e enjôo nas semanas iniciais de tratamento. A droga também pode intoxicar a medula óssea (mielotoxicidade) no primeiro mês. Se o quadro for muito severo, o médico pode ter de suspender o uso da medicação. O AZT (do laboratório Welcome) é de 21 a 100 vezes mais tóxico para a medula que os demais antivirais. Apesar dessas dificuldades, poucos médicos arriscam começar o tratamento de um paciente contaminado pelo HIV com outro medicamento. E, mesmo quando o AZT começa a falhar, a maioria dos especialistas prefere associá-lo a outro antiviral (ddI, ddC ou d4T) a usar essas drogas isoladamente. Além de bloquear a proliferação do vírus por um tempo, o AZT tem se mostrado uma ferramenta importante em outras situações. Ele reverte os estágios iniciais da demência causada pelo HIV (complexo Aids-demência), aumenta o número de elementos sanguíneos essenciais à coagulação (plaquetas), que pode cair pela ação do HIV ou outros remédios, e reduz em até 65% a transmissão do HIV da mãe ao feto na gestação e no trabalho de parto. Outra indicação para o uso do AZT é seu emprego por dois ou três meses em pacientes que têm infecção aguda pelo HIV (logo após a contaminação) com sintomas como febre, mal-estar, prostração e gânglios. Os especialistas acreditam que o uso do AZT nessa fase inicial pode melhorar as chances de sobrevivência dessas pessoas. Segundo Luis Henrique Barbosa Borges, a avaliação preliminar do MK-639 mostrou que os pacientes que usaram AZT em associação com a nova droga tiveram uma resposta ainda mais favorável do que os pacientes que tomaram MK-639 isoladamente. (JB) Texto Anterior: O vírus perde o fôlego Próximo Texto: Efeito dos antivirais tem duração limitada Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |