São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 1995
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Polícia agora diz que tem outros suspeitos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O superintendente da Polícia Federal no Distrito Federal, Paulo de Magalhães Pinto, disse ontem que Jorge Mirândola ``não é o suspeito principal" de enviar a bomba que feriu, no dia 3 de outubro, a diplomata Andréia David.
Ele não quis revelar quantos ou quem são os outros suspeitos, nem quem é o maior suspeito hoje. ``Não dá para dizer se é maior ou menor, não é matemática."
Magalhães Pinto afirmou, pouco depois, que Mirândola ``era o maior suspeito" quando foi preso na semana passada.
``No primeiro dia, se a bomba explodiu às 16h, e, às 18h, tinham-se várias proposições, hoje, a polícia está mais informada", afirmou Magalhães Pinto.
O laudo parcial de perícia realizada no local da explosão indica que a bomba não é composta do material elétrico que foi vendido a Mirândola em Divinolândia (SP). Técnicos da Polícia Federal estiveram na loja no fim-de-semana.
Essa, segundo Magalhães Pinto, é a principal alteração que tirou Mirândola da condição de ``maior suspeito".
Se já tivesse esses dados, a Polícia Federal não teria pedido a prisão preventiva de Mirândola na semana passada, afirma o superintendente.
Afã
Na semana passada, o diretor-interino da PF, Moacir Favetti, afirmou que havia ``95% de possibilidade" de o ex-oficial de chancelaria Jorge Mirândola ser o autor do atentado. Magalhães Pinto disse que as declarações do diretor foram dadas ``no afã de dar satisfação à sociedade".
O diretor negou que a PF tenha se apressado nas acusações para tranquilizar chefes de Estado estrangeiros com visitas programadas para o Brasil.
Ele disse ``achar" que o crime foi pessoal, já que o pacote era endereçado a Andréia David. ``Mas estamos trabalhando com todas as possibilidades", disse.
A PF afirmou que Andréia estava de pé ao abrir a bomba, apesar de, até o fim da tarde de ontem, ela não ter sido ouvida em depoimento. O delegado marcou o encontro para as 10h mas não compareceu. Mesmo assim, Andréia disse que terá ``poucas informações" para passar à polícia.

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