São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 1995
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Bacha considera `tarefa cumprida'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-presidente do BNDES, Edmar Bacha, disse, em entrevista no Palácio do Planalto, que deixou o governo porque considera ``cumprida a tarefa que aceitou fazer", que era a de solidificar a estabilização dos preços e evitar traumas com mudanças na equipe econômica.
``A inflação de 0,5% em setembro, a menor em 22 anos, foi a gota d'água", brincou Bacha. Ele disse que desde que assumiu o BNDES avisou o governo de que pretendia voltar à atividade acadêmica e que sua troca foi acertada ``há bastante tempo". Ele dará aulas no Rio e fará cursos nos EUA.
Ele negou que sua saída seja motivada pelas críticas de que o processo de privatização esteja lento. ``Não creio que haja reparos ao ritmo das privatizações", disse.
Aproveitou para lembrar a privatização mais importante nos planos do governo. Disse que ontem foi encerrado o prazo para o recebimento de propostas de empresas interessadas na Vale do Rio Doce.
Bacha negou atritos com o PFL. ``A única vez foi quando disseram que as privatizações tinham o mesmo ritmo de quando eu andava na praia, que era lento. Eles erraram: eu ando rápido", disse.
O ex-presidente do BNDES elogiou o seu sucessor. ``Ele é o nome apropriado no momento em que o Brasil sofre mudanças de padrão de desenvolvimento, aliando privatizações e concessões".
O ministro José Serra (Planejamento), que acompanhou a entrevista, disse que espera que sua saída seja ``apenas temporária".
Serra disse que as privatizações vão cumprir ``rigorosamente o padrão estabelecido" e que não está sendo prevista nenhuma mudança na diretoria do banco.

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