São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 1995
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Polícia apura afogamento de menor em SP

CARLOS CORRÊA
DA FOLHA NORDESTE

O delegado Jairo Moretti, 43, do 2º Distrito Policial de São Carlos (244 km a noroeste de SP), abriu inquérito para apurar a morte do estudante Leandro Donizete Rabello, 10.
O garoto morreu afogado anteontem de manhã em uma lagoa no bairro Cidade Aracy. Ele participava de uma excursão promovida por professores da escola Aracy Leite Pereira Lopes.
O pai de Leandro, Arlindo Rabello, afirma que a escola não estava autorizada a levar seu filho à lagoa. Segundo ele, o menino não sabia nadar. Colegas de Leandro disseram que o estudante caiu no lago ao tentar pegar uma bola.
A polícia tem 30 dias para concluir o inquérito. Moretti disse que as primeiras testemunhas começam a ser ouvidas na sexta-feira.
A diretora da escola, Jaira Vidal, não foi localizada ontem pela Folha para falar sobre o caso. Segundo um funcionário da secretaria, que não se identificou, a diretora não foi trabalhar ontem.
O pai de Leandro disse que a família vai mover ação contra o Estado para tentar obter indenização pela morte da criança.
Arlindo e sua mulher, Izaura, estavam revoltados com o que consideram ``negligência" da direção da escola e dos professores.
O delegado de ensino de São Carlos, João Carlos Rodrigues, 49, disse ter determinado abertura de sindicância administrativa para apurar o caso.
Segundo Rodrigues, a investigação deve ser encerrada em um mês. ``Até lá, nada será alterado no funcionamento da escola."
O delegado da Polícia Civil de Araraquara (282 km a noroeste de SP), Carlos Eduardo Benito Jorge, disse que nenhuma escola tem autoridade para promover atividades externas sem prévia autorização dos pais.
Segundo ele, qualquer acidente que aconteça fora de suas dependências é passível de instauração de inquérito policial para apurar suas responsabilidades.
O delegado afirmou que vai acompanhar de perto as investigações sobre as circunstâncias da morte de Leandro. Para ele, os responsáveis precisam ser identificados e punidos para desestimular a negligência.
O delegado de ensino disse que as atividades externas geralmente são feitas com autorização dos pais.
Segundo Rodrigues, o pedido de autorização é recomendado expressamente pela Delegacia de Ensino a todas as escolas da cidade.

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