São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 1995
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Diretor russo expõe absurdo da obrigatoriedade do serviço militar

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA REPORTAGEM LOCAL

A peça ``Gaudeamus", que entrou em cartaz ontem no Teatro Municipal, pelo 5º Festival Internacional de Artes Cênicas (Fiac), mostra ``a loucura e o absurdo" do serviço militar obrigatório na ex-União Soviética.
O ``absurdo" vivido pelos jovens russos que servem no Exército é representado num cenário frio. A peça se passa, em grande parte, sobre uma montanha de gelo.
Ela é baseada no livro do escritor russo Serguei Kaledine, ``Stroibat"(Batalhão de Construção), escrito em meados da década de 80 e censurado pelo governo soviético até 1990.
Os 20 atores do elenco do Teatro Dramático de Maly, de São Petersburgo (Rússia), utilizaram também suas experiências pessoais no Exército para compor o espetáculo.
Na Rússia, o serviço militar é obrigatório para todos os jovens a partir de 18 anos, durante o período de dois anos no Exército ou três anos na Marinha. O diretor Lev Dodine é contrário à obrigatoriedade do serviço militar.
``Todo sistema militar é horrível por definição, mas penso que o exército profissional é mais eficiente do que o de jovens para quem o serviço militar é obrigatório", afirma.
Segundo Dodine, cerca de 500 mil pessoas já assistiram à montagem. Ele afirma que o sucesso da peça pode ser atribuído à universalidade do tema. ``Em outros Exércitos, existem regras até mais absurdas que na Rússia", afirma.
``Atualmente, o serviço militar tem sido alvo de debates na Rússia, mas suas regras ficaram mais duras com a extinção da URSS."

Peça: Gaudeamus
Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, te. 011/223-3022)
Quando: até dia 14, às 21h

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