São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 1995
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Documento aponta fortalecimento chinês

OTÁVIO DIAS
DE LONDRES

A República Popular da China representa hoje a principal ameaça à paz mundial. É o que se pode concluir do relatório ``O Balanço Militar 1995/96", publicado ontem pelo Instituto Internacional para Estudos Estratégicos, sediado em Londres.
Segundo estimativas do instituto, que acompanha a cada ano a capacidade bélica de todos os países do mundo, os gastos militares da China em 1994 superaram a quantia de US$ 28 bilhões, quase quatro vezes o valor divulgado pelo governo chinês.
``A ausência de informações oficiais confiáveis, no entanto, tem permitido especulações de que o verdadeiro orçamento militar do país possa chegar a US$ 140 bilhões anuais", diz o relatório.
Para o instituto, a China -que já possui o maior Exército do mundo, com cerca de 4 milhões de soldados- caminha a passos largos para se tornar uma potência nuclear de alcance global.
Em junho passado, o país teria testado um novo míssil capaz de atingir a Costa Oeste dos Estados Unidos e países de toda a Europa.
Os três testes nucleares realizados pela China desde 10 de junho de 94 (o último deles em 17 de agosto passado), e as relações conflituosas do país com seus vizinhos, especialmente Taiwan, Filipinas e Vietnã, completam o quadro de apreensão apresentado pelo relatório do IIEE.
Apesar da ameaça chinesa e da retomada dos testes nucleares da França no Pacífico Sul, o instituto considera que o primeiro semestre de 95 foi positivo no que diz respeito à redução do perigo nuclear.
Segundo o relatório, houve significativa eliminação de armamentos nucleares por parte dos EUA, da Rússia e de ex-repúblicas soviéticas como Cazaquistão, Belarus e Ucrânia. Além disso, o Tratado de Não-Proliferação nuclear foi estendido por prazo indeterminado.
O instituto alerta, entretanto, para a urgência em se progredir no controle das armas químicas. O relatório registra o ataque de gás sarin, ocorrido no metrô de Tóquio (Japão) em 20 de março passado, como o ``primeiro grande uso terrorista de armas químicas".
Finalmente, o instituto aponta para os riscos da disseminação de mísseis mundo afora e para o uso indiscriminado de minas terrestres.

Brasil
Em relação ao Brasil, o relatório registra as novas compras militares do país: um segundo submarino, de um total de cinco a ser adquirido da Alemanha, quatro fragatas britânicas, além de tanques, artilharia leve, helicópteros e mísseis terra-ar.

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