São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PT vai apoiar teto salarial do governo

CARLOS EDUARDO ALVES

CARLOS EDUARDO ALVES; AZIZ FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Assim como o governo, o PT também quer estabelecer um teto para os salários dos servidores públicos. A decisão foi tomada ontem, em reunião da direção do partido, em São Paulo.
Os deputados petistas votarão, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, pela proposta governista que veta ao funcionário público salário superior ao do presidente da República.
O voto petista será pela admissibilidade parcial do parecer do relator da reforma administrativa, deputado Prisco Viana (PPB-BA).
Pela decisão do PT, seus deputados também ficarão com outras duas propostas governistas: aumento de salário para o funcionalismo só poderá ser concedido por lei, e pagamento de aposentados e pensionistas não será superior ao do trabalhador da ativa que desempenhe a mesma função.
O partido, no entanto, ficará com o parecer de Prisco na defesa da estabilidade para o funcionalismo público. ``O governo não apresentou uma proposta de reforma administrativa. O que ele quer é só acabar com a estabilidade", disse o presidente do PT, José Dirceu.
Para Dirceu, antes de falar no fim da estabilidade, o governo federal deveria tomar quatro medidas: acabar com o duplo emprego, caçar funcionários "fantasmas", inibir altos salários e transferir da União aos ex-Territórios o pagamento de funcionários.
Para tentar reduzir a restrição que uma parte de suas prefeituras faz à estabilidade, Dirceu admitiu estudar uma proposta do prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro.
Pela idéia de Genro, um ``conselho" da sociedade civil poderia avaliar e eventualmente demitir servidores nos casos de excesso de pessoal e incompetência provada.
Ontem no Rio, o presidente do PDT, Leonel Brizola, e o líder petista Luiz Inácio Lula da Silva criticaram a intenção de governadores de seus partidos de apoiar o fim da estabilidade dos servidores.
As críticas foram feitas de forma indireta. Eles evitaram citar os governadores do Espírito Santo, Vitor Buaiz (PT), e de Mato Grosso, Dante de Oliveira (PDT), que alegam enfrentar dificuldades para pagar o funcionalismo.
``Lamento que as pessoas não tenham vontade de tentar primeiro gerenciar de forma diferente, pelo menos para provar se têm competência", disse Lula.
Brizola afirmou que, se apoiar o fim da estabilidade, Dante vai ficar contra o PDT.

Colaborou a AZIZ FILHO, da Sucursal do Rio

Texto Anterior: Maciel tenta articular apoio às demissões
Próximo Texto: FHC tenta apoio para taxa para saúde
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.