São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 1995 |
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Sem-terra ameaçam com matança de bois
GEORGE ALONSO
``Falta comida nos acampamentos e, até agora, ninguém foi assentado. Por enquanto, o governo entrou com a corda e nós com pescoço", disse ontem José Rainha, líder do MST paulista. O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) prometeu, em reunião com o MST há dois meses, em Brasília, enviar cestas básicas para os acampamentos dos sem-terra em todo o Brasil. ``Vamos entrar nas fazendas e matar 200 bois se as cestas não chegarem até amanhã", diz Rainha. O diretor de assentamento do Incra, Raul do Vale, disse que as famílias devem começar a ser atendidas a partir de hoje. Amanhã, Rainha deve se reunir, em São Paulo, com o secretário de Justiça do Estado, Belisário dos Santos Jr., e com o presidente do Incra, Francisco Graziano Neto. ``Vamos intensificar as ocupações. É assim que vamos ajudar o governo a assentar as 40 mil famílias até o fim do ano", afirmou Rainha. ``Eles (o governo do Estado) não cumpriram a promessa feita em 27 de setembro, diante dos fazendeiros. Você estava lá e viu", disse ele à Folha. Na ocasião, dois fazendeiros (donos das fazendas Canaã e Santa Apolônia) se dispuseram a entregar 100% de suas terras até 15 de outubro se fosse feita a peritagem nas benfeitorias e definidas as indenizações. Ontem, o vice-presidente do Sindicato Rural de Presidente Prudente, Célio Romero de Souza, confirmou que a peritagem anunciada pelo governo está atrasada e que os fazendeiros até já mudaram de opinião. Colaborou a Sucursal de Brasília Texto Anterior: Hillary conhece programas sociais e diz que leva idéias para os EUA Próximo Texto: Contag discute com Incra mudança legal Índice |
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