São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 1995
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`Exótica' vê sexo como doença

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

À parte ser o nome deste filme que o Telecine exibe às 2h, Exótica é o nome de uma boate. Sua particularidade: ali, as garotas fazem strip-tease junto à mesa dos clientes.
Mas existe uma lei segundo a qual garotas e clientes, embora possam ficar muito próximos uns dos outros, não podem se tocar. Não será um mérito secundário do filme ter no papel principal feminino a bela Mia Kirshner.
Também não é sua única virtude. Há uma perversão implícita na própria existência da boate: o sexo é sugerido de maneira exacerbada; na mesma medida, é objeto de interdição.
Este filme canadense de Atom Egoyam é, sem dúvida, um filme da era Aids: a morte insinua-se no próprio desejo (não como em "Duelo ao Sol", ou "O Império dos Sentidos", ou "Matador"). Não há qualquer metafísica: apenas a evidência fria do mal contido na beleza.
É um filme tão estranho quanto atraente.
(IA)

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