São Paulo, terça-feira, 17 de outubro de 1995
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Teoria e prática

Na prática a teoria é outra. O PT é, em sua grande maioria, fortemente contrário à reforma administrativa proposta pelo governo. Entre as exceções estão justamente os dois únicos governantes de Estados eleitos pelo partido.
Não é à toa. É muito fácil defender teses que custam bastante caro quando não se vai pagá-las. Os governadores petistas sabem o que é comprometer porções significativas de seus orçamentos com a folha de salários quando as carências da população são tantas e tão urgentes.
Já o PFL, que em tese apóia todas as reformas de caráter neoliberal propostas pelo governo, é outro grande foco de resistência à aprovação da reforma administrativa. É que, na prática, a estabilidade que a Constituição concedeu aos servidores públicos não-concursados, mas que já exerciam a função por mais de 5 anos antes da promulgação da Carta, é a garantia de que o grande exército de incompetentes colocados em postos-chaves por indicação política preservarão seus cargos. Assim, os políticos que lá os colocaram preservam seus votos.
E o Brasil, infelizmente, fica onde sempre esteve: perguntando-se como, sendo tão rico em recursos, sem nenhuma espécie de catástrofe natural recorrente, ainda não deu certo. É simples. Basta observar o comportamento de boa parte de nossos políticos que, entre teoria e prática, optam pela mais rentável.

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