São Paulo, quarta-feira, 18 de outubro de 1995
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Investigação provoca alta do dólar paralelo

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

As investigações governamentais sobre as remessas irregulares de dólares para o exterior provocaram alta ontem nas cotações da moeda norte-americana no mercado paralelo e no flutuante (turismo).
As cotações para venda do dólar paralelo subiram de R$ 0,954 no dia anterior para R$ 0,959 ontem. O dólar no mercado flutuante valorizou-se de R$ 0,9545 para R$ 0,956 no mesmo período.
A entrada de dólares no mercado comercial é crescente com o aumento dos negócios por parte dos exportadores. O saldo cambial no mês, até o dia 14, já atinge US$ 1,342 bilhão. O Banco Central comprou dólar no mercado comercial a R$ 0,958.
Os títulos da dívida externa brasileira bateram ontem novo recorde histórico de cotação em Nova York.
Os papéis de juros vencidos e não-pagos atingiram a cotação de 86,72 centavos de dólar. Ou seja, um título da dívida de US$ 100 foi cotado ontem em Nova York a US$ 86,72. O recorde histórico anterior foi na segunda-feira (86,19 centavos de dólar).
A alta no valor dos títulos brasileiros ocorreu depois que o Brasil efetuou o pagamento de US$ 1,334 bilhão de juros e complementou a compra de garantias para os seus papéis renegociados da dívida externa. A valorização foi ajudada pela confirmação de que a Argentina e o México estão recomprando parte de seus títulos externos.
A divulgação, pelo governo dos Estados Unidos, de que a produção caiu 0,2% em setembro ajudou a aumentar a expectativa de que o Federal Reserve (banco central norte-americano) irá cortar os juros em sua reunião do próximo dia 15.
No mercado de renda fixa, o Banco Central interveio e elevou a expectativa de rentabilidade do over para este mês de 3,08% no dia anterior para 3,09% ontem. No leilão de Bônus do Banco Central de 56 dias, a taxa média de over foi de 4,18% para dias úteis.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,060%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 4,37% para dias úteis, significando rendimento de 3,09% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 4,32% para dias úteis, o que significou rentabilidade de 3,06% no mês.

As cadernetas que vencem hoje rendem 2,3466%. CDBs prefixados de 30 dias negociados ontem: entre 24% e 40,50% ao ano. CDBs pós-fixados para 183 dias: entre 17,5% e 17,7% ao ano, mais TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,38% ao mês, projetando custo de 3,91%. Para 30 dias (capital de giro): entre 43% e 94% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,75% ao ano. Libor: 5,75% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 1,56%, fechando com 46.209 pontos e volume financeiro de R$ 266,96 milhões. Rio: valorização de 2%, encerrando a 20.651 pontos e movimentando R$ 78,54 milhões.

Bolsas no exterior
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou com 4.795,94 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.620,30 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 17.916,60 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,9580 (compra) e R$ 0,9581 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,9575 (compra) e por R$ 0,9585 (venda). "Black": R$ 0,954 (compra) e R$ 0,959 (venda). "Black" cabo: R$ 0,955 (compra) e R$ 0,958 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,930 (compra) e R$ 0,963 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,09%, fechando a R$ 11,76 o grama na BM&F.

Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até o dia 14 foi positivo em US$ 875,02 milhões. As entradas financeiras superaram as saídas de dólares em US$ 467,59 milhões. O saldo total está positivo em US$ 1,342 bilhão.

No exterior
Segundo a UPI, ontem, em Londres, a libra foi cotada a 1,5738 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,4156 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 100,43 ienes.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para outubro fechou a 3,05% ao mês; para novembro, a 2,90% ao mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para outubro ficou a 46.500 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para outubro fechou a R$ 0,963 e a R$ 0,971 para novembro.

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