São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 1995
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Bezerra assume CNI cobrando governo

Empresário pede redução de custos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo presidente da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), senador Fernando Bezerra (PMDB-RN), cobrou do governo ontem a redução dos custos de produção, mas defendeu que sejam mantidos os encargos destinados a sustentar entidades empresariais.
Bezerra, empossado ontem, quer manter as contribuições a entidades ligadas ao empresariado, como Sesi, Senai e Sebrae, que oneram em 5,7% as folhas de pagamento, encarecendo as contratações.
O governo quer eliminar esses encargos, mantendo outros, como o 13º salário e as contribuições previdenciárias.
"Os encargos sociais são altos", disse Bezerra. Para ele, as contribuições a entidades empresariais são "pequenas".
Bezerra disse ainda que elas se justificam pela "relação custo-benefício". Segundo ele, o Senai exerce papel importante na capacitação da mão-de-obra.
Ao contrário da Fiesp, que atua ostensivamente pelos interesses da indústria, a CNI desenvolve trabalho de bastidor.
A entidade é conhecida por seu forte poder de lobby para a indústria junto ao Congresso.
Prova disso é a preferência da entidade pela escolha de presidentes que tenham a vocação política. Tirando a breve interinidade do presidente que sai, Mario Amato, tanto seu antecessor, Albano Franco, quanto o novo dirigente, Fernando Bezerra, são políticos.
Bezerra conseguiu ocupar um cargo eletivo graças à popularidade do amigo Garibaldi Alves Filho, hoje governador do Rio Grande do Norte.

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