São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 1995
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Incra, governo de SP e sem-terra fazem acordo sobre assentamento

DA REPORTAGEM LOCAL

Reportagem Local
Os governos federal e estadual e o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) iniciaram ontem um acordo que prevê o assentamento de pelo menos mil famílias até novembro no Pontal de Paranapanema (extremo oeste de São Paulo).
A promessa foi feita pelo presidente do Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária), Francisco Graziano, que se reuniu ontem em São Paulo com o secretário de Justiça de SP, Belisário dos Santos Jr., e líderes do MST.
O acordo prevê uma trégua nas ocupações até segunda-feira, quando a direção do Incra em São Paulo vai se reunir com o MST no Pontal de Paranapanema para iniciar um levantamento sobre as áreas que serão desapropriadas.
O líder dos sem-terra no Pontal, José Rainha Jr., saiu otimista da reunião, mas disse que as ocupações fazem parte dos princípios do movimento e não serão paralisadas depois de segunda.
"Há ânimo do governo federal e estadual em agilizar o processo", disse Rainha após o encontro realizado na Secretaria de Justiça.
O presidente do Incra disse que o governo federal vai ajudar o governo paulista com recursos para indenizações de propriedades particulares. Inicialmente, o Incra prevê uma política de reforma agrária em fazendas com mais de 2.000 hectares.
Na previsão do MST, para assentar todas as famílias o governo precisaria utilizar também os terrenos acima de mil hectares.
Para Graziano, o encontro marcou o início, em São Paulo, da "reforma agrária sem conflito e com diálogo".
O Incra vai realizar nas próximas semanas reuniões com movimentos de trabalhadores sem terra de todos os Estados.
Hoje, em São Paulo, o secretário de Justiça faz mais uma rodada de negociações com fazendeiros.

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