São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 1995 |
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Polícia desconfia de invasão em Rondônia
GEORGE ALONSO
O administrador da fazenda, Alaídio de Souza Duarte, disse à Folha que supõe ter ocorrido uma tentativa de invasão. "Temos funcionários trabalhando na área, fazendo cercas e plantando capim. Aquela área foi desmatada", disse Duarte. Segundo ele, na manhã de ontem a área foi visitada por seguranças da fazenda e "não havia ninguém por lá". O delegado de Vilhena, Raimundo Mendes de Souza Filho, enviou 15 policiais civis para averiguar a situação. A suposta tentativa de ocupação ocorreu na mesma área onde, no dia 9 de agosto, cerca de 600 famílias de sem-terra, lideradas por dissidentes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), foram desalojadas pela Polícia Militar. Na desocupação, houve conflito. Morreram dez sem-terra e dois policiais. Segundo o administrador, um caminhão e uma camionete F-4000, que estariam transportando os invasores, foram vistos na divisa com a fazenda pelos funcionários da Santa Elina. Na semana passada, a Central Única dos Trabalhadores de Rondônia realizou ali um abaixo-assinado em busca de apoio para a desapropriação da fazenda. O trabalho estava sendo realizado pelo "Comitê Corumbiara". Os fazendeiros colocaram pistoleiros de plantão, suspeitando de que se tratava de aliciamento para uma nova invasão. Havia rumores de que área da fazenda Pouso Redondo, vizinha da Santa Elina, seria ocupada por sem-terra. Em São Paulo, o presidente do Incra, Francisco Graziano, disse que um grupo de famílias do município de Cáceres, no Mato Grosso, teria se deslocado para Corumbiara e tentado invadir a fazenda Santa Elina, mas teria sido rechaçado na entrada da propriedade. Colaborou a Reportagem Local Texto Anterior: Incra, governo de SP e sem-terra fazem acordo sobre assentamento Próximo Texto: Bispo pode ter violado lei ao chutar santa Índice |
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