São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Brasil já possui quinta geração
BETINA BERNARDES
Naquele ano, o navio Kasato Maru aportou na cidade de Santos (72 km ao sudeste da capital) trazendo a bordo 781 imigrantes do Japão. Andreza, 1 ano e 9 meses, e Vanessa, 9 meses, são exemplos dessa quinta geração. Elas são bisnetas de Tyono Uemura, 84, nascida no interior de São Paulo em 1911. Tyono é filha de japoneses que desembarcaram em Santos no segundo navio que trouxe imigrantes do Japão ao Brasil. Andreza e Vanessa são autênticas nikkeis (descendentes “puros”, filhos de pai e mãe japoneses ou também descendentes) dos trisavós aos pais. Na família das meninas, todos casaram com japoneses ou descendentes. Andreza e Vanessa são uma raridade, já que, de acordo com pesquisa do Centro de Estudos Nipo-Brasileiros feita em 88, o índice de miscigenação da quarta geração de descendentes, os ionseis, é de 61,42%. Na terceira geração (sansei) o índice é de 42% e na segunda geração (nissei), 6,03%. O comerciante Jorge Uemura, um dos seis filhos de Tyono, casou com a nissei Nair, com quem teve quatro filhos. A mãe de Andreza e Vanessa, Cláudia, 30, filha de Jorge Uemura, é casada com o comerciante nissei Mário Higuchi, 40. “Não faço questão que minhas filhas se casem com descendentes de japoneses”, afirma Mário. “A aceitação de descendentes é mais fácil por parte da família, a gente tem preferência, mas não faz diferença se elas se casarem com ocidentais ou orientais”, afirma Cláudia, que abandonou a faculdade de matemática após se casar. “Hoje em dia, a quarta geração fala pouco japonês, são todos brasileiros, fica tudo mais fácil”, diz Mário. Texto Anterior: ÍNTEGRA Próximo Texto: Japão ainda desconfia do Brasil depois de cem anos Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |