São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 1995
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Cuba e Vietnã

No mundo que se redesenha depois da Guerra Fria, há três pólos econômicos emergentes ou, em alguns casos, "reemergentes".
O primeiro, mais óbvio, é o Leste Europeu, onde, no final dos anos 80, houve uma euforia comparável à descoberta de um novo mundo.
O segundo é a América Latina, onde também no final dos 80 começaram a superação da crise da dívida e reformas estruturais, com liberalização e redemocratização.
O terceiro é o pólo asiático, onde novamente, na mesma época, impunha-se com vigor a transição chinesa rumo à economia de mercado.
Quase dez anos depois, no Leste Europeu, vedete de então, a mudança revela-se muito mais difícil.
Na Ásia, entretanto, os resultados são mais positivos. É emblemática, não apenas a China, mas, até pela dimensão simbólica, principalmente o Vietnã. Nada é mais notável que o empenho dos EUA na reconstrução econômica e política da nação que tantas cicatrizes deixou na sociedade norte-americana.
Cuba é, guardadas as proporções, o Vietnã simbólico da América Latina. Se os EUA de fato consideram as Américas um pólo emergente, não há razão para transigir com os radicais que são, ainda, apenas fantasmas da Guerra Fria.

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