São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 1995
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Marco Polo, Mao e Deng forjaram imagem da China entre ocidentais

DA REDAÇÃO

A imagem da China no Ocidente sempre foi uma mistura de admiração e temor. Três figuras colaboraram para a consolidação dessa dualidade: Marco Polo, Mao Tse-tung e Deng Xiaoping.
O primeiro atraiu pelas riquezas que relatou. Mao causou um misto de medo do "perigo amarelo" e admiração pela revolução comunista. Já Deng mistura reformas econômicas e truculência política.
Moldada pelo comerciante e explorador veneziano Marco Polo, que no final do século 13 foi à China, a imagem medieval da região era de uma fonte interminável de riquezas e mistério.
Os escritos de Marco Polo serviram também como inspiração para o genovês Cristóvão Colombo na sua tentativa de alcançar a Ásia navegando sempre para oeste.
Fechada sobre si mesma, a China evitou contatos com os europeus, que até o século 19 só conseguiram se estabelecer em pequenos portos do litoral, como o português Macau (1557).
Com o objetivo de ocupar o mercado chinês, os britânicos provocaram a Guerra do Ópio (1839). Derrotada, a China cedeu Hong Kong e permitiu a entrada de comerciantes estrangeiros.
Desse conflito até o início da Segunda Guerra Mundial, a China permaneceu como terreno fértil para comerciantes e missionários.
Já a imagem chinesa na segunda metade do século 20 é moldada a partir de dois líderes políticos: Mao Tse-tung e Deng Xiaoping.
Mao liderou a revolução comunista que expulsou os nacionalistas de Chiang Kai-shek (1887-1975) para Taiwan.
No poder de 1949 até sua morte em 1976, o "grande timoneiro foi o principal artífice da imagem chinesa no Ocidente.
Sua teoria revolucionária de cerco das cidades pelo campo inspirou partidos comunistas e movimentos guerrilheiros (entre eles o brasileiro PC do B), além de governos que diziam seguir sua linha, como o albanês.
Artistas como o cineasta franco-suíço Jean-Luc Godard, autor de "A Chinesa", nunca esconderam a fascinação pelo maoísmo.
Mesmo o movimento estudantil de maio de 1968 na França deve muito de sua inspiração ao pensamento do líder chinês.
Na mesma época, a Revolução Cultural, desencadeada por Mao na China, reforçou sua posição no poder e afastou possíveis rivais, entre eles o futuro líder Deng.

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