São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 1995
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Sem-terra comemoram, mas rejeitam trégua

GEORGE ALONSO
ENVIADO ESPECIAL AO PONTAL DO PARANAPANEMA

Os sem-terra do Pontal do Paranapanema festejaram o acordo com o governo, mas rechaçaram ontem, em assembléia no acampamento 1º de Abril, o pedido de trégua reiterado anteontem pelo presidente do Incra, Francisco Graziano Neto, na rodada de negociação ocorrida em São Paulo.
A ameaça de matar bois para alimentar famílias foi suspensa, e a invasão de novas terras públicas -que há mais de 30 anos estão ocupadas por fazendeiros-grileiros- também foi adiada até terça-feira.
Nesse dia, às 10h, representantes do Incra em São Paulo devem ir ao Pontal para tratar do assentamento definitivo de 360 famílias até novembro. Eles vão vistoriar três fazendas.
Mas as invasões podem ocorrer novamente na próxima semana, segundo José Rainha Jr., líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na região. O motivo: 269 famílias (só no acampamento 1º de Abril) não serão atendidas.
No acampamento 1º de Abril há 1.023 famílias, das quais 629 estão dentro dos critérios exigidos pelo Incra para assentamento. Cada uma vai receber 23 hectares (para pecuária) ou 18 hectares (para agricultura).
Se o Incra não apresentar na terça-feira soluções para essas famílias, "as 269 e mais outros acampados de outras áreas vão ocupar mais fazendas", disse Rainha.

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