São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bactéria pode viver em Marte, diz estudo

Organismo tira energia de elementos que o planeta teria

DA REPORTAGEM LOCAL

Um tipo simples de bactéria poderia viver em Marte, dizem cientistas do Laboratório do Pacífico Noroeste (EUA) em estudo publicado hoje na revista "Science".
Segundo os pesquisadores, bactérias encontradas em depósitos subterrâneos de água obtêm a energia de que necessitam a partir do hidrogênio produzido por reações químicas entre a água e rochas de basalto ao seu redor.
Presentes na região do rio Columbia (na fronteira entre os Estados de Washington e Oregon, na Costa Oeste dos EUA), essas bactérias são os primeiros seres vivos encontrados na Terra que vivem independentemente do processo de fixação de energia solar conhecido como fotossíntese.
Nesse processo, seres vivos como plantas e bactérias armazenam energia da luz do Sol na forma de moléculas de glicose. A fotossíntese usa elementos simples (água e gás carbônico da atmosfera) e é a base da vida no planeta.
Para os autores, as bactérias descobertas, chamadas "slimes", poderiam viver em Marte, já que há fortes evidências da existência de água e de basalto no planeta.
"As 'slimes' fornecem um modelo concebível para a existência de vida contemporânea em Marte", escreveram os cientistas.
Para viver, as "slimes" necessitam apenas de basalto, água e bicarbonato, substâncias que cientistas acreditam existir no subsolo do planeta vermelho.
A partir dessas substâncias, elas são capazes de fixar e usar a energia de que necessitam.
Segundo os pesquisadores, a descoberta também explicaria como os primeiros organismos se mantiveram vivos no início da formação da Terra, antes do aparecimento da fotossíntese, há cerca de 2,8 bilhões de anos.

Texto Anterior: OPINIÃO
Próximo Texto: Pílula dobra risco de trombose, diz OMS
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.