São Paulo, sábado, 21 de outubro de 1995 |
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Magalhães quer evitar desgaste
GABRIELA WOLTHERS
Deputado mais votado do PFL, quer disputar a Prefeitura de Recife em 1996. Segundo ele já confidenciou a parlamentares, não é sua intenção arcar com o ônus de defender o fim da estabilidade: o funcionalismo é um eleitorado que não deve ser desprezado. Outro fator preocupa Magalhães. Governador de Pernambuco de 83 a 86, hoje o Estado é chefiado por um de seus maiores adversários, Miguel Arraes (PSB). O pefelista teme que a possibilidade de demissão por excesso de quadro dê ao governador mecanismos para demitir os correligionários de sua confiança que trabalham na administração estadual. "Não podemos dar a faca para que os governadores saiam cortando o pescoço de nossos aliados", afirmou o deputado na terça-feira. Magalhães é considerado um "independente" dentro do PFL. Sua convicção é tão forte que nem mesmo dezenas de reuniões, ocorridas ao longo da semana, foram suficientes para que reconsiderasse sua posição. Ele declarou ontem só irá se ausentar da votação "se morrer ou quebrar a perna". Somente na terça, o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira, se reuniu três vezes com Magalhães. Argumentou que sua dissidência estava repercutindo mal no Planalto e que a unidade do PFL era o maior trunfo do partido. Não adiantou. Na quarta-feira, entraram em ação o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, e o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA). O vice-presidente Marco Maciel (PFL) ligou da Colômbia para Magalhães. Disseram que o partido estava inclinado a "fechar posição" pela reforma. Magalhães ameaçou deixar a CCJ e desistir de concorrer à Prefeitura de Recife. A cúpula pefelista resolveu não partir para o confronto e Inocêncio levou a FHC a proposta de Magalhães. Colaborou a Agência Folha Texto Anterior: POLÊMICA SOBRE A REFORMA ADMINISTRATIVA Próximo Texto: Bresser rejeita mudança de emenda na CCJ Índice |
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